Ao escolher a modalidade, o trabalhador pode resgatar uma
parte do saldo das suas contas Fundo de Garantia, anualmente, no seu mês de
aniversário, acessando um dinheiro a mais, mas perdendo a possibilidade de
retirar o valor integral se for demitido

Governo vai acabar com saque-aniversário do FGTS, afirma ministro a jornal — Foto: Silvia Zamboni/ Valor
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou em entrevista
ao jornal O Globo que o governo Lula planeja acabar com o saque-aniversário do
FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Ao escolher a modalidade, o
trabalhador pode resgatar uma parte do saldo das suas contas Fundo de Garantia,
anualmente, no seu mês de aniversário, acessando um dinheiro a mais, mas
perdendo a possibilidade de retirar o valor integral se for demitido.
A sistemática foi instituída por uma lei em 2019, durante o
governo Bolsonaro. Esta é uma alternativa de um dinheiro extra para 28,6
milhões de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário, que sacam, em
média, R$ 12 bilhões por ano. Desde que foi criada, a modalidade resgatou quase
R$ 34 bilhões do FGTS.
O ministro do governo Lula prometeu repetir os feitos de sua
primeira gestão da pasta, que comandou de 2005 a 2007. Entre eles, usar
o FGTS como instrumento de investimento.
"Nós vamos rever, nós vamos rever. O FGTS tem dois
objetivos, historicamente. Um deles é estimular um fundo para investimento, que
é de habitação. E nós criamos, eu criei, quando ministro do Trabalho, o
FI-FGTS, para financiar produção, projetos para gerar empregos e crescimento,
para aumentar ainda mais o Fundo e beneficiar os cotistas", disse.
"Outro objetivo é a poupança do cotista, do trabalhador,
para socorrer no momento da angústia do desemprego. Quando se estimula, como
esse irresponsável e criminoso desse governo que terminou, sacar em todos os
aniversários, quando o cidadão precisar dele (do FGTS), não tem. Como tem
acontecido reclamação de trabalhadores demitidos que vão lá e não têm nada",
acrescentou.
Marinho ainda prometeu aumento real do salário mínimo e
geração de empregos.
“Vamos unir o Brasil, vamos dialogar com os incrédulos. Tenham crença. Falam
tanto em Deus, então acreditem”, afirmou. Para ele, o que acabou com a fome no
governo Lula foi o aumento real do salário mínimo e o emprego. Além disso, o
ministro disse que todas as mudanças que vai propor serão negociadas, inclusive
com os empregadores. “Não há razão para temor.”

