O g1 entrou
em contato com Luciano, mas não obteve retorno até a última atualização desta
reportagem. Em um áudio compartilhado nas redes sociais, ele nega envolvimento
com a mulher e diz que ela pediu permissão apenas para usar o quarto e tomar
banho.
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Para entender como a Igreja Católica trata casos de violação
do celibato, o g1 consultou
o Código de Direito Canônico de 1983, promulgado pelo Papa João Paulo II.
Conforme o documento, os padres do rito latino são proibidos
de manter relações afetivas ou sexuais. A violação desse compromisso é
considerada uma infração grave, que pode afetar a credibilidade do sacerdote e
o testemunho da igreja diante da comunidade.
Em casos públicos, como o registrado no vídeo, o Código prevê
medidas disciplinares que vão desde uma advertência formal até a suspensão
das funções clericais. Em situações mais graves ou reincidentes, a penalidade
pode incluir a redução ao estado laical, quando o sacerdote deixa oficialmente
de exercer o ministério.
A investigação e a aplicação das sanções cabem ao bispo
diocesano, que avalia se o caso pode ser resolvido localmente ou se deve ser
encaminhado à Congregação para o Clero, no Vaticano. Em nota, a Diocese
de Diamantino (MT), responsável pela comunidade onde o padre atua,
informou que iniciou, nesta terça-feira (14), uma investigação sobre a conduta
dele.
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Além das medidas disciplinares, a igreja também busca
acompanhar o clérigo e a comunidade afetada, com o objetivo de reparar o
escândalo e restaurar a confiança da comunidade. No entanto, tudo dependerá da
comprovação dos fatos, das circunstâncias, como consentimento, gravidade e
eventual repetição, além do julgamento eclesiástico.
O g1 procurou o
Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de Cuiabá para saber como o caso será
julgado, mas a instituição não quis se manifestar e informou que, casos como
esse, são avaliados em "segredo de ofício".
Já a Polícia Civil informou que a jovem, de 21 anos,
registrou um boletim de ocorrência, nessa segunda-feira (13), por divulgação
indevida de imagens.
Entenda o caso
O padre Luciano Braga Simplício, da Paróquia Nossa Senhora
Aparecida, foi filmado com a noiva de um fiel em uma casa paroquial de Nova
Maringá, nessa segunda-feira (13).
As imagens registradas no local mostram o noivo da mulher
arrombando a porta do quarto e do banheiro, após o padre se recusar a abri-las.
Em seguida, a noiva é encontrada chorando embaixo da pia do banheiro.
Em um áudio que moradores dizem ser de Luciano, ele justifica
a presença da fiel na casa paroquial e afirma que ela pediu permissão para usar
o quarto externo para trocar de roupa e tomar banho, pois tinha trabalhado pela
manhã na igreja. A gravação foi publicadas nas redes sociais.