A jovem, conhecida como “Penélope” ou “Japinha do CV”, que ainda não teve o nome completo revelado, não aparece na lista oficial de mortos
A foto que chocou o país ao mostrar, supostamente, o rosto
esf4celado de uma das principais integrantes do Comando Vermelho (CV), conhecida
pelos apelidos “Penélope” e “Japinha”, ganhou novos desdobramentos. A
identificação oficial das vítimas da megaoperação contra a facção levantou
dúvidas sobre a identidade do corpo e abriu espaço para um novo mistério: o
verdadeiro paradeiro da “musa do crime”.
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Em áudios obtidos pela coluna Na Mira, policiais envolvidos
na megaoperação confirmaram que o cadáver encontrado com roupa camuflada e
colete tático não é da Japinha do CV. O corpo fardado é, na verdade, de um
homem que não teve a identidade divulgada.
Além disso, a jovem investigada por atuar na linha de frente
do CV não aparece na lista oficial dos 115 suspeitos, já que foram
identificados. Há apenas homens entre os mortos no confronto.
Uma foto da “musa do crime” registrada antes da megaoperação
deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro mostrava Penélope vestindo roupa de
guerra e empunhando um fuzil. Todavia, o real paradeiro da mulher após o fim do
confronto com as forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha é
desconhecido.
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Na linha de frente
Após repercutir na internet a notícia de que a jovem foi m0rta
durante a megaoperação na última terça-feira (28/11), Japinha do CV passou a
ser citada como traficante com cargo de atuação na linha de frente da facção
criminosa.
Investigações preliminares apontam que ela atuava na proteção
de rotas de fuga e na defesa de pontos estratégicos de venda de drogas. Uma
foto 3xplícita, em que um c0rpo aparece alv3jado, passou a ser compartilhada
com legendas que sinalizavam que se tratava da jovem. Em momento algum a
Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) confirmou a informação.
Ao longo dos últimos dias, perfis falsos usando imagens da
“musa do crime”, também conhecida como Penélope, foram criados para promover
informações falsas, pedir contribuições via Pix e até mesmo divulgar casas de
apostas. Em alguns casos, algumas pessoas se passam por familiares da Japinha.
A irmã da Japinha do CV também chegou a usar as redes sociais
para fazer um desabafo. Em uma publicação, ela pediu que as pessoas parassem de
publicar imagens da Japinha supostamente morta.
Balanço sobre os identificados
A ação, que se tornou a mais letal da história do país, teve
como objetivo conter o avanço territorial do Comando Vermelho e cumprir cerca
de 100 mandados de prisão nas comunidades do Alemão e da Penha.
Dos m0rtos identificados, 59 contavam com mandados de prisão
pendentes e pelo menos 97 tinham relevante histórico criminal. Dos demais, 12
apresentam indícios de participação no tráfico, em suas redes sociais. De
acordo com PCERJ, isso demonstra que ao menos 109 tinham relação direta com a
facção.
Ainda segundo a PCERJ, boa parte dos criminosos era de fora
do Rio de Janeiro — 54% do total. Dos 62 de outros estados, 19 são do Pará, 12
da Bahia, nove do Amazonas, nove de Goiás, quatro do Ceará, três do Espírito
Santo, dois da Paraíba, um de São Paulo, um do Maranhão, um do Mato Grosso e um
do Distrito Federal. Ou seja, há no Rio chefes de organizações criminosas de 11
unidades da Federação, de quatro das cinco regiões do país.
A investigação acerca das circunstâncias das mortes está em
andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e o trabalho é
acompanhado pelo Ministério Público. A Subsecretaria de Inteligência (Ssinte)
da Polícia Civil apura ainda a relação dos mortos com a facção criminosa.
