Silencioso e perigoso: o que é o câncer de fígado, como surge e o que fazer para evitar a doença

A doença pode ser primária, quando começa no próprio fígado, ou secundária, quando surge em outro órgão e se espalha.

Doença silenciosa

O câncer de fígado é considerado um dos tumores mais silenciosos do corpo humano. Em grande parte dos casos, os sintomas só aparecem em fases avançadas, quando o tratamento se torna mais complexo. A doença pode ser primária, quando começa no próprio fígado, ou secundária, quando surge em outro órgão e se espalha.

Um estudo publicado na revista The Lancet revelou um dado preocupante: o número de casos deve quase dobrar até 2050. De acordo com a pesquisa, os registros podem saltar de 870 mil (em 2022) para 1,5 milhão nos próximos 25 anos.

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Mais da metade dessas ocorrências — cerca de 60% — está ligada a fatores de risco evitáveis, como infecções virais, hábitos alimentares e consumo excessivo de álcool. Por isso, a prevenção é vista como o caminho mais eficaz para conter o avanço da doença.

Especialistas reforçam que conhecer esses fatores é essencial. “Identificar e agir sobre os riscos é o primeiro passo para reduzir casos e salvar vidas”, resume o oncologista Artur Rodrigues Ferreira, da Oncoclínicas.

Principais causas

 

Entre os fatores mais comuns estão as hepatites virais B e C, responsáveis pela maioria dos casos. As infecções podem ser transmitidas por relações sexuais sem proteção, transfusões de sangue, uso de agulhas contaminadas ou até pelo compartilhamento de objetos de higiene pessoal.

Segundo Ferreira, a boa notícia é que o Brasil oferece vacina gratuita contra a hepatite B pelo SUS, e os novos tratamentos para a hepatite C — também gratuitos — têm taxa de cura próxima de 90%. Ainda assim, o médico lembra: “Ter hepatite não significa, necessariamente, desenvolver câncer, mas prevenir é essencial para conter as estatísticas”.

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Além das hepatites, outros fatores estão ligados ao tumor: consumo excessivo de álcool, cirrose, tabagismo, uso de anabolizantes, poluição ambiental e até a exposição à aflatoxina, uma toxina de fungos que pode contaminar grãos e castanhas mal armazenados.

Outro alerta vem da chamada doença hepática gordurosa não alcoólica, popularmente conhecida como gordura no fígado. Segundo o médico Marcos Pontes, da Clínica Evoluccy, “cerca de 70% das pessoas com gordura no fígado não sabem que têm o problema, e a inflamação contínua pode causar cicatrizes e evoluir para o câncer”.

Como se proteger e reduzir os riscos

 

A prevenção começa no dia a dia. Manter o peso sob controle, evitar bebidas alcoólicas e não fumar são atitudes simples que reduzem drasticamente o risco de câncer de fígado. A vacinação contra a hepatite B e os exames regulares também são medidas fundamentais.

A alimentação tem papel decisivo. Especialistas recomendam dietas ricas em fibras, com cereais, legumes, frutas e grãos integrais, e pouco consumo de gorduras saturadas. Esses hábitos ajudam não só o fígado, mas também diminuem o risco de outros tipos de câncer — como os de intestino, mama e pulmão.

Mas é preciso cuidado com a origem dos alimentos. Grãos armazenados de forma incorreta e expostos à umidade podem ser contaminados pelo fungo Aspergillus flavus, que libera aflatoxina, substância altamente cancerígena.

Segundo os médicos, as temperaturas elevadas e a umidade alta aumentam o risco dessa contaminação, principalmente em regiões tropicais. Por isso, a recomendação é comprar produtos de procedência confiável e evitar alimentos com cheiro, cor ou textura alterados.

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