Após criticar a comoção
nacional pela morte do cantor sertanejo Cristiano Araújo, e gerar polêmica nas
redes sociais, o apresentador Zeca Camargo se desculpou pelas declarações, mas
cometeu uma gafe ao confundir o nome do cantor com o do jogador português
Cristiano Ronaldo.
“Eu gostaria de aproveitar
porque escrevi um comentário na Globo News sobre essa cobertura e acabei sendo
mal interpretado por alguns fãs. Gostaria de deixar claro que tenho a maior
admiração pelo ‘Cristiano Ronaldo’, que não está mais com a gente. Gostaria de
me desculpar com quem talvez tenha entendido mal esse texto”, disse. “Temos que
celebrar todos os artistas, a música, o pop, o samba”, completou.
O apresentador participou de
uma crônica, em entrevista ao Jornal das Dez, da Globonews, em que comenta o
fato das pessoas que não conheciam o artista terem se comovido tanto com a
morte, numa espécie de catarse emocional, e criticou a cobertura da mídia
nacional, a qual chamou de insana.
“Muita gente estranhou a
comoção nacional diante da morte trágica e repentina do cantor Cristiano
Araújo. A surpresa maior, porém, vem do fato de ser tão famoso e tão
desconhecido. O Brasil, felizmente, tem um punhado de artistas que não passam
pelo radar da grande mídia, nem são um consenso popular, mas que levam
multidões para seus shows. […] O que realmente surpreende neste evento triste
da semana foi a comoção nacional. De uma hora para outra, fãs e pessoas que não
faziam ideia de quem era Cristiano Araújo partiram para o abraço coletivo, como
se todos nós estivéssemos desejando uma catarse assim, um evento maior que nos
unisse pela emoção”, disse ele.
Zeca falou ainda que os
grandes funerais públicos existem, segundo ele, para “espulgar nossas dores,
como se tivessem uma capacidade purificador. “É só lembrar as despedidas de
Cazuza, Ayrton Senna, Kurt Cobain, Lady Diana, Michael Jackson, Mamonas
Assassinas. Mas Cristiano Araújo? Sim. Eles sim eram, guardadas as proporções,
ídolos de grande alcance. Como fomos, então, capazes de nos seduzir
emocionalmente por uma figura relativamente desconhecida? A resposta está nos livros
para colorir! Sim, eles mesmos! Os inesperados vilões do nosso cenário pop,
acusados de destacar a pobreza da atual alma cultural brasileira. Não vale a
pena discutir os verdadeiros valores desses produtos, se é que eles existes.
Mas eles vem bem a calhar para fazermos um paralelo com a ausência de fortes
referências culturais que experimentamos no momento”.
Acorda Cidade