Os grandes bancos podem ver
seus resultados encolher dois dígitos no ano que vem e a rentabilidade ser
pressionada para baixo, impactados pelo aumento da inadimplência e também maior
peso tributário, como reflexo do ajuste fiscal. O cenário revela um ambiente
operacional mais desafiador, na opinião de analistas que aproveitam o final do
ano para atualizar suas expectativas para o setor bancário, com a inserção de
outro ano de recessão no país em seus modelos.
No cenário mais pessimista,
estimado pelo Bank of America Merril Lynch (BofA) - que deu início ao movimento
de revisões no final do mês passado - o lucro dos bancos deve cair 18% no próximo
ano contra expectativa anterior de alta de 10%. O Credit Suisse, que publicou
suas novas projeções, espera queda combinada de 10%, enquanto o UBS e o
Deutsche Bank trabalham com desaceleração dos resultados, mas ainda com alta de
ao menos um dígito em relação a 2015.
Enquanto de um lado as margens
financeiras ainda devem continuar a impulsionar os números do próximo
exercício, do outro, a pressão por conta do aumento dos calotes deve elevar as
provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs. Embora os grandes bancos
tenham feito um exercício de desalavancagem de seus balanços, priorizando áreas
de menor risco como crédito imobiliário e consignado (com desconto em folha),
esse esforço não será suficiente diante do maior alcance do crédito entre a
população que o verificado no passado, e a magnitude da extensão da
desaceleração econômica, na opinião dos analistas do Credit. Um executivo do
setor admite que esse trabalho ainda estava em curso, e a combinação de taxas
crescentes de desemprego no Brasil e aumento da contribuição sobre lucro
líquido (CSLL) de 15% para 20% deve penalizar o segmento. Estadão.
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