Diante da crise, lucros de bancos devem cair em 2016

Os grandes bancos podem ver seus resultados encolher dois dígitos no ano que vem e a rentabilidade ser pressionada para baixo, impactados pelo aumento da inadimplência e também maior peso tributário, como reflexo do ajuste fiscal. O cenário revela um ambiente operacional mais desafiador, na opinião de analistas que aproveitam o final do ano para atualizar suas expectativas para o setor bancário, com a inserção de outro ano de recessão no país em seus modelos.



No cenário mais pessimista, estimado pelo Bank of America Merril Lynch (BofA) - que deu início ao movimento de revisões no final do mês passado - o lucro dos bancos deve cair 18% no próximo ano contra expectativa anterior de alta de 10%. O Credit Suisse, que publicou suas novas projeções, espera queda combinada de 10%, enquanto o UBS e o Deutsche Bank trabalham com desaceleração dos resultados, mas ainda com alta de ao menos um dígito em relação a 2015.


Enquanto de um lado as margens financeiras ainda devem continuar a impulsionar os números do próximo exercício, do outro, a pressão por conta do aumento dos calotes deve elevar as provisões para devedores duvidosos, as chamadas PDDs. Embora os grandes bancos tenham feito um exercício de desalavancagem de seus balanços, priorizando áreas de menor risco como crédito imobiliário e consignado (com desconto em folha), esse esforço não será suficiente diante do maior alcance do crédito entre a população que o verificado no passado, e a magnitude da extensão da desaceleração econômica, na opinião dos analistas do Credit. Um executivo do setor admite que esse trabalho ainda estava em curso, e a combinação de taxas crescentes de desemprego no Brasil e aumento da contribuição sobre lucro líquido (CSLL) de 15% para 20% deve penalizar o segmento. Estadão.

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