Decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro e publicado
nesta terça-feira (1º) em edição extra do "Diário Oficial da União"
fixou o salário mínimo em R$ 998 neste ano. O valor atual é de R$ 954.
O que a equipe econômica do governo Michel Temer dizia é que
a inflação de 2018 (um dos fatores que determinam o valor) vai ser menor que o
projetado anteriormente - quando foi proposto salário mínimo de R$ 1.006 em
2019.
De acordo com informações do Departamento Intersindical de
Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de
referência para o rendimento de cerca de 48 milhões de trabalhadores no Brasil.
Fórmula do salário mínimo
O reajuste do salário mínimo obedece a uma fórmula que leva
em consideração o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e
a variação da inflação, medida pelo INPC, do ano anterior.
Para o salário mínimo de 2019, portanto, a fórmula determina
a soma do resultado do PIB de 2017 (alta de 1%) e o INPC de 2018. Como só será
possível saber no início do ano que vem a variação do INPC de 2018, o governo
usa uma previsão para propor o aumento.
Além da inflação e do resultado do PIB, no reajuste do mínimo
de 2019 está embutido uma compensação pelo reajuste autorizado em 2018, de
1,81%, que ficou abaixo da inflação medida pelo INPC. Esse foi o menor aumento
em 24 anos.
O ano de 2019 é o último de validade da atual fórmula de
correção do mínimo, que começou a valer em 2012. O próximo presidente da
República, Jair Bolsonaro, ainda não detalhou qual será sua proposta para o
salário mínimo de 2020 em diante.
Impacto nas contas
O reajuste do salário mínimo tem impacto nos gastos do
governo. Isso porque os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) aos aposentados não podem ser menores do que um salário mínimo.
A Constituição 1988 estabeleceu o salário mínimo como piso de
referência dos benefícios da Seguridade Social - que incluem Previdência,
assistência social e o seguro-desemprego.
O governo projeta que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo
gera um incremento de cerca de R$ 300 milhões ao ano nas despesas do governo.
Segundo cálculos do Dieese, porém, o salário mínimo
"necessário" para despesas de uma família de quatro pessoas com
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e
previdência, seria de R$ 3.959,98 ao mês em novembro deste ano.
G1
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