Pressionado, Bolsonaro recua e
diz que pagamento de nova rodada está 'quase certo', mas que não sabe o valor
da renovação da ajuda. Declaração foi dada após evento no Maranhão.
O presidente Jair Bolsonaro
(sem partido) afirmou que a prorrogação do auxílio emergencial "está
quase certa, ainda não sabemos o valor" e que a ajuda deve ser liberada
por mais três ou quatro meses (assista ao vídeo acima). A
data para início da nova rodada de pagamentos ainda não foi definida pelo
governo federal, mas em uma live à noite o presidente disse que "tem
pressa" e que "tem que ser a partir de março".
A afirmação sobre a extensão
do auxílio foi feita em uma entrevista à TV Mirante, afiliada da TV Globo no
Maranhão, após um evento na tarde desta quinta-feira (11). Bolsonaro viajou ao
estado para participar de uma cerimônia de entrega de títulos de propriedade
rural em Alcântara.
"Está quase certo, ainda
não sabemos o valor [...]. Três a quatro meses, está sendo acertado com o
Executivo e o Parlamento também porque temos que ter responsabilidade
fiscal", afirmou.
Bolsonaro diz que auxílio emergencial deve ser estendido por '3 ou 4 meses' — Foto: Reprodução/TV Mirante/G1 MA |
A extensão do auxílio
emergencial, descartada inicialmente pela equipe econômica do governo, é
motivo de queda de braço e alvo de pressão de parlamentares com o avanço da
pandemia da Covid-19 no país. Arthur
Lira (PP), novo presidente da Câmara, e Rodrigo Pacheco (DEM), que assumiu o comando
do Senado, defendem que o governo estenda o auxílio.
Isso porque o novo aumento dos
casos do novo coronavírus deve postergar a recuperação da economia e do mercado
de trabalho. Segundo o levantamento do consórcio de veículos de imprensa, oito
estados estão com aumento na média móvel de mortes pela Covid -19 nesta quinta.
A proposta oficial do governo
para a renovação da ajuda ainda é desconhecida, mas o mercado já reage
negativamente à hipótese de uma nova despesa ser criada fora do teto de gastos
e sem cortes de outros desembolsos como contrapartida.
O presidente também defendeu a
abertura de estabelecimentos comerciais durante a pandemia.
"O auxílio emergencial
custa caro para o Brasil, é um endividamento enorme para o Brasil. [...] Agora,
não basta apenas conceder apenas mais um período de auxílio emergencial, o
comércio tem que voltar a funcionar. Tem que acabar com essa história de 'fecha
tudo', devemos cuidar dos idosos que tem mais comorbidades, o resto tem que
trabalhar", disse Bolsonaro.
Endividamento
O presidente alertou para o
risco de um super endividamento do país, com resultados que vão desde perda de
crédito à inflação. "Aí vem o caos e ninguém quer isso aí", avaliou o
presidente em entrevista ao repórter Sidney Pereira. Por isso, uma das
hipóteses é que o pagamento do auxílio emergencial volte a apenas metade
dos beneficiados em 2020.
"O nome é emergencial,
não pode ser eterno porque isso representa um endividamento muito grande do
nosso país, e ninguém quer o país quebrado", disse Bolsonaro pouco antes,
durante discurso na cerimônia.
O auxílio emergencial foi pago
no ano passado a trabalhadores informais, em razão da pandemia, em parcelas de
R$ 600 e, depois, de R$ 300.
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