Ele é policial militar em
Minas Gerais e o nome dele aparece em 37 processos judiciais. A denúncia de um
suposto esquema de corrupção foi publicada pelo jornal 'Folha de S.Paulo'.
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Dominguetti Pereira é policial militar em Minas Gerais — Foto: Arquivo pessoal |
O homem que denunciou em
reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" um suposto esquema de pedido
de propina no Ministério da Saúde é o cabo da Polícia Militar de Minas Gerais
Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Ele deve ser ouvido nesta quinta-feira (1º)
pela CPI da Covid, no Senado.
Segundo a PM de MG,
Dominguetti trabalha no município de Alfenas, no Sul do estado. O nome dele
também aparece como "Dominghetti" em alguns documentos oficiais aos
quais a TV Globo teve acesso.
À reportagem da "Folha de
S.Paulo", Luiz Paulo disse ter recebido pedido de pagamento de propina em
uma negociação paralela para adquirir vacinas da AstraZeneca contra a Covid,
por meio da empresa Davati Medical Supply. A empresa informou que Dominguetti é
um "vendedor autônomo" e negou ter convênio para venda da
AstraZeneca. Em nota, a AstraZeneca afirmou que não tem um intermediário no Brasil.
A negociação de Dominguette
com representantes do Ministério da Saúde envolvia a proposta de venda de 400
milhões de doses da vacina AstraZeneca. Ele contou que só não fechou negócio
porque não concordou em pagar propina.
O envolvimento do PM neste
tipo de negócio é recente, como explicou um homem que trabalhou com ele
tentando vender vacinas às prefeituras mineiras. O homem não quis se
identificar.
“Eu conheci ele mais ou menos
em fevereiro deste ano. Foi na época que o estado do Amazonas estava tendo
aquele colapso da Covid”, disse o homem.
Segundo o funcionário, nenhum
contrato chegou a ser assinado.
37 processos na Justiça
Luiz Paulo Dominguetti Pereira
morou em Belo Horizonte até o fim do ano passado. Segundo os moradores, a
família era reservada e praticamente não tinha contato com a vizinhança.
O dono do apartamento em que
ele morava disse que Dominguetti saiu devendo quatro meses de aluguel e
ainda responde, na Justiça, a um processo de cobrança desta dívida.
Em outro processo, o PM é
acusado por uma mulher de ter comprado um carro financiado em nome dela. Além
de não pagar as parcelas, levou multas que estão em nome da proprietária e
sumiu com o veículo, que até hoje não foi localizado. Ao todo, o nome dele
aparece em 37 processos na Justiça.
'Vendedor autônomo'
A Davati negou que Luiz Paulo
seja seu representante no Brasil, e disse que ele atua como "vendedor
autônomo", sem vínculo empregatício com a empresa.
"Nesse caso, ele apenas
intermediou a negociação da empresa com o governo, apresentando o senhor
Roberto Dias", diz a empresa, em comunicado.
A Davati também admitiu que
não tem convênio com a AstraZeneca. O laboratório responsável pela vacina
afirmou que não tem empresas privadas como representantes e que só vende
imunizantes contra a Covid para governos e organismos multilaterais.
PM abre investigação
A Polícia Militar de Minas
Gerais informou que Luiz Paulo Dominguetti Pereira é integrante da força no
estado e atualmente está lotado no batalhão da cidade de Alfenas, no Sul de
Minas.
Depois que a denúncia veio a
público, a PM de Minas instaurou relatório de investigação preliminar para
apurar se a conduta dele fere o código de ética e disciplina da instituição.
Ainda segundo a PM, no ano
passado, Dominguetti trabalhou no gabinete militar do governo do estado,
mas foi afastado da função por não corresponder ao perfil necessário de atuação
no órgão.
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