Garotinho se revolta ao ter o rosto ‘afundado’ em bolo de aniversário e ‘pegadinha’ acende alerta

Aniversários infantis costumam ser datas divertidas: crianças correndo por todos os lados, mesa farta de doces e atividades descontraídas são algumas das características que tornam esses eventos tão amados. Um vídeo que circulou pelas redes sociais nesse final de semana mostra, no entanto, que toda brincadeira deve ter limite. Uma especialista ouvida pelo BHAZ aponta para os riscos que as “pegadinhas” podem trazer para o desenvolvimento das crianças.

Nas imagens em questão, um garotinho de quatro anos, prestes a assoprar as velas de seu bolo, é surpreendido por uma mulher – que, ao que tudo indica, é sua própria mãe – que se aproveita da inclinação do menino para afundar o rosto dele no bolo. E a brincadeira, que tinha tudo para ser “engraçada”, não terminou nada bem: o menino logo se revoltou com a atitude da mãe e começou a chorar e espernear.

Na tentativa de amenizar a situação, a mulher começa a abraçá-lo, mas ele continua reagindo de forma agressiva, dando tapas em seu rosto. Em seguida, o menino de quatro anos empurra o bolo, que quase cai no chão. Veja o vídeo:

 

Vídeo acende alerta

Pelo Twitter, rede em que o vídeo já soma mais de 15 mil compartilhamentos, a “pegadinha” gerou revolta entre os usuários e também acendeu alerta. Em resposta à publicação, uma pessoa lembra que a estrutura dos bolos de aniversário pode conter uma espécie de “canudo” ou até mesmo palitos pontiagudos, utilizados para dar sustentação, que podem acabar ferindo gravemente a vítima da brincadeira.

“Informação pública: Não empurrem a cabeça do aniversariante no bolo achando que vai ser engraçado! Os bolos estão vindo com palitos pra sustentação. O aniversariante pode acabar seriamente machucado, [ficando] inclusive sem o olho!!!”, escreveu o internauta.

Informação pública: Não empurrem a cabeça do aniversariante no bolo achando que vai ser engraçado!
Os bolos tão vindo com palitos pra sustentação. O aniversariante pode acabar seriamente machucado inclusive sem o olho!!! 

Outras críticas, contudo, foram mais direcionadas ao comportamento da mãe. “Humilhante, desrespeitoso e triste, óbvio que o menino iria se revoltar e descontar, EU ADULTA iria, quem dirá uma criatura que tá aprendendo a se comportar e entender os próprios limites/pensamentos”, pontuou outra usuária da rede social.

‘É muito sério’

Ao BHAZ, a psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental Renata Borja disse que episódios como esse estão longe, até mesmo, de serem considerados “brincadeiras de mau gosto”. Para ela, o vídeo revela que os adultos não sabem lidar com as emoções das crianças.

“É muito sério isso. Os adultos não aprenderam a validar as próprias emoções e eles não aprenderam a validar as emoções das crianças também. E o que é ‘validar a emoção’? É entender que o menino tenha raiva ao passar por uma situação dessa e também perceber que existem determinados tipos de situação em que não é preciso colocar a criança”, explica a psicóloga.

‘Brincadeira’ pode ter consequências graves

Ainda segundo Renata, submeter crianças a situações em que elas são vistas como “chacota” pode ter sérios desdobramentos no desenvolvimento emocional delas. Para a especialista, portanto, é papel dos pais ensinar os filhos a lidarem com episódios desagradáveis e não provocá-los.

“Com os pais que usam a vergonha como forma de criar os filhos, não é incomum que os filhos sejam muito ansiosos. Além disso, esse tipo de atitude pode gerar uma raiva ou medo excessiva. E também, muitas vezes, faz com que a criança entenda que os pais não são confiáveis e que não podem contar nada para eles”, pondera a psicóloga.

Outro ponto que preocupa Renata é a exposição da criança nas redes sociais. Para ela, essa é uma forma de eternizar a situação vexatória e fazer com que ela seja sempre lembrada no decorrer da vida da criança.

“Os pais expõem a criança na internet e aquilo fica lá. E essa criança pode ser gozada pelo resto da vida por conta daquilo, ou seja, o pai ou a mãe podem estar promovendo uma possibilidade de bullying dessa criança mais tarde”, explica.

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