A influenciadora Michella Meier-Morsi já tinha filhas gêmeas e deu à luz trigêmeos há 3 dias. Ela faz posts mostrando a rotina com as crianças.
Uma blogueira
da Dinamarca vem impressionando usuários da rede social Instagram: a
influenciadora Michella Meier-Morsi publicou fotos de sua barriga ao longo da
gravidez de trigêmeos, que nasceram há 3 dias.
As fotos
chamam a atenção pela distensão abdominal que a blogueira teve. O quadro é
chamado de diástase: ele ocorre quando os músculos retos da barriga, no meio do
abdome, se separam demais.
Foto mostra blogueira dinamarquesa Michella Meier-Morsi segurando a barriga durante a gravidez de trigêmeos. — Foto: Reprodução/Instagram filippaophelia |
"Os
músculos retos abdominais – que são os gominhos que a gente vê na barriga –, a
gente tem os do lado direito, os gominhos do lado esquerdo e, no meio, tem uma
junção, que é de um tecido colágeno", descreve a médica uroginecologista
Lillian Fiorelli, Dra Lilian Fiorelli, especialista em sexualidade feminina
pela USP e médica da Clinica Alira, em São Paulo.
"Para
que você consiga ter uma distensão abdominal, esse tecido que faz a junção
desses retos abdominais começa a se afastar, para que você consiga comportar
esse aumento de pressão dentro da barriga sem a lesão de nenhuma
estrutura", explica.
Causas
O problema
pode ocorrer em mulheres obesas – por causa do excesso de pressão da gordura ou
dos órgãos sobre a parede abdominal – mas a causa mais comum é a
gravidez, segundo Fiorelli.
Quanto maior
a distensão da barriga, maior a chance de ter o problema: uma gestação de
gêmeos (ou mais bebês), fetos grandes, aumento de peso excessivo e diabetes
gestacional, por exemplo, trazem mais risco.
Também pode
haver uma propensão genética maior para o problema, e ele tende a ocorrer com
mais frequência em mulheres brancas.
Michella,
por exemplo, já tinha tido uma gravidez gemelar: em 2018, ela deu à luz as
gêmeas Filippa e Ophelia, bivitelinas, que
completaram 3 anos em dezembro. Elas nasceram com 3,1 kg e 2,6 kg, pesos
normais para recém-nascidos.
"Numa
primeira gestação, ela já teve gêmeos – então tem uma tendência já a uma
distensão muito maior. Numa segunda gestação, ela já não tinha suporte
– esse elástico, esse colágeno, já não tem mais tanta força, então a
musculatura fica um pouco mais flácida nessa região. Com isso, ela tem mais
chance de ter essa diástase abdominal", explica Lillian Fiorelli.
Há 3 dias,
Michella pariu os trigêmeos Charles, Theodore e Gabriel,
que vieram ao mundo pesando entre 2,2 kg e 2,8 kg.
"Os
meninos são absolutamente incríveis!", escreveu a blogueira em uma das
publicações após o nascimento. "Meu estômago está vazio, mas meu coração e
meus braços nunca estiveram tão cheios de amor e felicidade".
A blogueira
publica fotos da rotina com as filhas e da experiência com a maternidade há
algum tempo. Em maio do ano passado, ela havia feito uma publicação comemorando
a "ferramenta impressionante" que era o corpo feminino: Michella
passou por um ano e meio de tratamento de fertilidade, um aborto e outros problemas de saúde, como a síndrome do
ovário policístico.
Tratamento
Quanto maior
for a distensão da barriga, maior é a chance de que o colágeno no meio do
abdome tenha problemas. Isso porque ele funciona como se fosse um
elástico, diz Fiorelli: quanto mais você estica, menor é a chance de que ele
volte ao tamanho normal.
E, assim
como um elástico, ele também pode se romper. Depois da gravidez, é
necessário avaliar o quadro.
"Se
você faz uma avaliação e ela continua com diástase, tem uma média de mais ou
menos 3 a 5 cm [que] ainda dá para conseguir fazer uma correção com
fisioterapia. Você vai fazendo o fortalecimento das musculaturas na parte
lateral e consegue promover esse fechamento da musculatura mais do centro do
abdômen fazendo essa força abdominal", diz a médica.
"Mas se
tem mais de 5 cm ou fez fisioterapia e não melhorou, é [tratamento] cirúrgico,
para juntar essa musculatura de novo no meio", completa.
A
ginecologista explica que, para evitar o problema, exercícios abdominais
podem ser úteis – mas não durante a gravidez, pois podem piorar a situação.
"Os
exercícios abdominais são para antes e depois da gestação", frisa.
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