Geneticista Mayana Zatz explica que a resposta pode estar nas
células de defesa denominadas "natural killers".
Algumas pessoas são naturalmente mais resistentes ao vírus
por causa do material genético. É o que aponta um estudo feito por
pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Em entrevista à GloboNews, a
geneticista Mayana Zatz (veja no vídeo acima) explicou que a resistência pode
ser uma resposta rápida do organismo, mais especificamente das células de
defesa denominadas "natural killers" (NK).
“Essas células seriam os nossos defensores naturais. E qual a
explicação? É que nas pessoas que são sintomáticas, que desenvolveram sintomas,
haveria uma demora para acionar essas células. Já nas pessoas resistentes, essa
resposta seria mais rápida. Não é um mecanismo simples, sabemos que tem outros
genes e outros mecanismos envolvidos”, explica.
Os pesquisadores fizeram um estudo genômico de cerca de 80
casais que possuíam exames positivos para a doença em apenas um dos parceiros.
“Estudamos o genoma desses casais, comparando os infectados que tiveram
sintomas e os assintomáticos”, diz Mayana.
A geneticista diz que não é raro as pessoas terem genes de
proteção, mas isso não exclui a importância da vacina.
“Todo mundo tem que tomar a vacina, a dose de reforço é
extremamente importante. Crianças também devem tomar a vacina. As vacinas
melhoram o nosso sistema imune, mesmo em pessoas geneticamente predispostas a
ter mais resistência”, alerta.
Os pesquisadores também estão analisando material genético de
nonagenários e centenários que tiveram formas leves da Covid-19 ou ficaram
assintomáticos.
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