André do Rap, Maria do Pó e João Cabeludo estão entre os
nomes procurados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública
André do Rap, Maria do Pó e João Cabeludo. Esses são alguns
dos nomes na lista de criminosos mais procurados no Brasil, elaborada pelo MJSP
(Ministério da Justiça e Segurança Pública). De acordo com levantamento feito
pelo R7, com base nos dados disponibilizados pela pasta, sete dos dez
criminosos têm envolvimento com o tráfico de drogas.
Criada em janeiro de 2020 pelo então ministro Sergio Moro, a
Lista de Procurados Nacional tem o objetivo de combater as organizações
criminosas, como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho (CV),
que atuam no país.
Os criminosos são escolhidos a partir de alguns critérios
estabelecidos pelo MJSP: participação direta ou indireta em organização
criminosa, existência de mandado de prisão em aberto, envolvimento em crimes
graves e violentos e não constar na lista da Difusão Vermelha da Interpol
(Organização Internacional de Polícia Criminal).
O narcotraficante André Oliveira Macedo, mais conhecido como
"André do Rap", foi a última pessoa a ter o nome incluído na lista.
Considerado um dos principais líderes do PCC, ele é responsável por
esquematizar o comércio de drogas da facção com países da Europa pelo Porto de
Santos, no litoral de São Paulo.
Em 2019, André do Rap foi preso pela Polícia Civil em uma
mansão na cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, com diversos bens, como
um helicóptero e uma lancha. Entretanto, no ano seguinte, o ministro Marco
Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu um habeas corpus ao
megatraficante.
Na época, o magistrado afirmou que André do Rap estava preso
desde o fim de 2019 sem uma sentença condenatória definitiva, o que excede o
limite de tempo previsto na legislação brasileira para prisão preventiva. No
caso de prisões provisórias, a cada 90 dias deve-se verificar a necessidade da
manutenção da prisão, o que não aconteceu no caso do líder do PCC.
No dia seguinte após ganhar liberdade, o presidente do STF,
ministro Luiz Fux, determinou o retorno do traficante à prisão, porém ele não
foi mais localizado.
Sonia Aparecida Rossi, conhecida como "Maria do
Pó", é a única mulher na lista de criminosos mais procurados no Brasil.
Ligada ao PCC, ela é considerada a maior traficante de cocaína da região de
Campinas, no interior de São Paulo, além de ser uma das fornecedoras de drogas
para as favelas na capital.
De acordo com o MJSP, ela também está envolvida no
desaparecimento de 340 kg de cocaína do IML (Instituto Médico-Legal) de
Campinas em 1999.
Condenada a mais de 54 anos de prisão por tráfico de drogas,
Maria do Pó conseguiu fugir da Penitenciária Feminina de Sant'Anna, na zona
norte da capital, em 2006, e nunca mais foi vista. Desde essa época, ela é
considerada foragida da Justiça.
João Aparecido Ferraz Neto, vulgo "João Cabeludo",
é apontado como um dos líderes do PCC na região do Vale do Paraíba, no interior
de São Paulo. Com atuação na região Sudeste e em países do Mercosul, ele tem
envolvimento em roubos de carros-fortes, tráfico de drogas e lavagem de
dinheiro.
Em 2022, João Cabeludo foi alvo da Operação Dalila,
deflagrada pela Polícia Civil. Na época, foram apreendidos carros de luxo,
imóveis, joias e dinheiro avaliados em R$ 60 milhões.
Apontado como traficante de alta periculosidade, ele tem
condenações que somam 500 anos de prisão. O líder do PCC é considerado foragido
da Justiça e, de acordo com a polícia, ele estaria escondido na Bolívia.
Conhecido como "Leozinho" e "Playboy", Leomar Oliveira Barbosa, de 60 anos, é integrante da segunda maior facção do país, o Comando Vermelho, que nasceu no Rio de Janeiro. Ele está envolvido com os crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Leozinho era o braço direito de Fernandinho Beira-Mar, um dos
maiores traficantes da América Latina. Ele também possui conexões com as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
De acordo com o MJSP, Playboy é um dos responsáveis pela
logística de envio de cocaína do Paraguai a um aeroclube em Atibaia, no
interior de São Paulo.
Em 2018, ele deixou o Presídio Estadual de Formosa (GO) após
o cumprimento de um alvará de soltura. Entretanto, Leozinho é condenado em
outros dois processos e não poderia ter saído da cadeia. Com o engano, ele
passou a ser considerado foragido da Justiça.
Danilo Dias Lima, o "Tandera", é um miliciano do
Rio de Janeiro, conhecido por usar perucas e outros disfarces para fugir da
polícia. O criminoso tem um "olho de Tandera", do desenho
Thundercats, tatuado no peito, e por isso ganhou essa alcunha.
Ele também era um dos homens de confiança de Wellington da
Silva Braga, o "Ecko", líder da milícia denominada Liga da Justiça,
que age em várias regiões da zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada
Fluminense.
Com o objetivo de aumentar o poder da milícia, líderes da
organização criminosa chegaram a realizar uma aliança com pré-candidatos a
prefeituras da região na eleição de 2020.
De acordo com o ministério, a suspeita é de que o criminoso
lave dinheiro oriundo de atividade criminosa da milícia, adquirindo bens de
luxo, como mansões, cavalos de raça e carros.
Integrante do PCC, Sergio Luiz de Freitas Filho, de 44 anos,
atua como negociador na compra de cocaína e pasta-base da Bolívia. Ele tem
vários codinomes: "Mijão, "Xixi", "Filha",
"Wilian" e "2x". O traficante também é responsável pela
logística do translado da droga para o Brasil. Suas áreas de atuação abrangem a
região Sudeste e países do Mercosul.
Lourival Máximo da Fonseca, o "Tião", de 55 anos,
também tem envolvimento com a facção paulista. Pelo MJSP, é considerado um dos
principais traficantes da Rota Caipira, com limites entre o interior paulista e
o Triângulo Mineiro. Essa região é a ponte entre os países produtores da droga,
a Colômbia, o Peru e a Bolívia, e os centros consumidores, como São Paulo e Rio
de Janeiro.
Desde a década de 1990, Tião opera no narcotráfico,
abastecendo essas regiões com cocaína e traficando armas.
Willian Alves Moscardini, o "Baixinho", é procurado
no Brasil e em países da América do Sul por assalto, roubo, sequestro e
agressão. Em 2017, o criminoso participou do famoso assalto à transportadora de
valores Prosegur, no Paraguai, de onde foram roubados 11 milhões de dólares.
Já Juanil Miranda Lima, ex-guarda-civil municipal de Campo
Grande (MS), é integrante de uma milícia ligada ao jogo do bicho. De acordo com
o MJSP, ele foi condenado pela execução do delegado aposentado Paulo Magalhães
Araújo. O policial foi assassinado a tiros dentro do carro enquanto esperava a
filha na frente de uma escola infantil, em Campo Grande, em 2013.
Outro nome da lista de mais procurados é Álvaro Daniel
Roberto, o "Caipira". Segundo o Ministério Público Federal, ele é
considerado um dos mais expressivos traficantes com atuação no território
nacional, sendo um dos responsáveis pelo transporte da cocaína vinda do Paraguai
e da Bolívia para o Brasil. Em 2013, ele foi preso em Fortaleza (CE) e, no ano
posterior, conseguiu o benefício da prisão domiciliar, o que facilitou sua
fuga. Desde essa época, ele está foragido.
Questionado sobre a atualização da lista de mais procurados, o
MJSP se limitou a informar que "está em fase de reestruturação, visando à
melhora das informações para uso em investigações".










