Diferente dos outros tumores urológicos, o câncer de
testículo costuma atingir principalmente homens mais jovens. Veja os sintomas
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia
Estamos no Abril Lilás, mês de conscientização sobre o câncer
de testículo, doença que afeta homens sobretudo entre os 15 e 35 anos. A doença
é considerada rara, e possui menos de 150 mil casos por ano no Brasil. Ainda
assim, é importante divulgar informações sobre os sinais e sintomas para um
diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
Segundo o médico uro-oncologista Dr. André Berger, ao
contrário dos outros tumores urológicos que costumam surgir com o avançar da
idade, esse acontece preferencialmente no jovem, tornando-o ainda mais
impactante.
"Não há uma causa definida, mas podemos elencar fatores
de risco que incluem história familiar de câncer testicular,
criptorquidia (testículo não descido), radiação por tratamento ou por ocupação
e algumas condições genéticas, como síndrome de Klinefelter", explica
André.
Sintomas do câncer de testículo
Os sinais e sintomas do câncer de testículo podem variar de
pessoa para pessoa, e alguns homens com a neoplasia podem não
apresentar sintomas nos estágios iniciais da doença. No entanto,
quando os sinais estão presentes, eles podem incluir:
- Caroço
ou inchaço em um dos testículos, mesmo sem dor;
- Alterações
na textura dos testículos (um testículo ficar mais firme ou irregular);
- Desconforto
na parte baixa da barriga ou costas;
- Fraqueza,
tosse e falta de ar.
É importante notar que outros problemas de saúde, como
infecções ou lesões, também podem causar sintomas semelhantes aos do
câncer testicular. Por isso, ao notar qualquer um desses sintomas, é
essencial consultar um médico para receber um diagnóstico e tratamento
oportuno.
Vale destacar ainda que o diagnóstico precoce do câncer
testicular leva geralmente a melhores resultados de tratamento.
Diagnóstico e importância do autoexame
O uro-oncologista destaca que o autoexame é
extremamente importante para identificar o câncer de testículo. "O
autoexame dos testículos é fundamental para detectar possíveis anormalidades
precocemente. Não há uma recomendação universal sobre a frequência do
autoexame, mas o ideal é fazê-lo mensalmente", diz
o médico.
Segundo ele, durante o autoexame, os homens devem procurar
por alterações no tamanho, forma ou consistência dos testículos, assim como
caroços, inchaços ou dor.
Tratamento
Felizmente, ainda segundo o especialista, a doença tem uma taxa
de cura de mais de 90%, especialmente quando diagnosticado precocemente. O
tratamento geralmente envolve cirurgia, que seria a orquiectomia radical
(remoção do testículo afetado), e em raras situações a orquiectomia parcial,
com preservação de parte do testículo com o tumor.
"Além disso, podem ser necessários tratamentos
adicionais como quimioterapia, radioterapia, linfadenectomia retroperitoneal
(retirada de gânglios linfáticos) dependendo do estágio do câncer e de outros
fatores individuais", afirma ele.
Nos casos onde a linfadenectomia retroperitonial é
necessária, a cirurgia robótica pode ser aliada importante.
Ela é feita com cortes pequenos, causa pouco sangramento, tem recuperação
rápida e maior preservação da ejaculação e fertilidade natural.
Benefícios do tratamento com cirurgia robótica
Ainda sobre a cirurgia robótica, o médico uro-oncologista
destaca seus principais benefícios. Confira:
- Precisão
e destreza aprimoradas: o sistema robótico oferece ao cirurgião maior
precisão e controle durante o procedimento, permitindo manobras delicadas
em espaços confinados com mais facilidade do que a cirurgia convencional;
- Menor
trauma cirúrgico: como a cirurgia robótica é minimamente invasiva, requer
incisões menores e causa menos danos. Isso resulta em menos dor
pós-operatória, menor perda de sangue e uma recuperação mais rápida para o
paciente;
- Melhor
visualização: o
sistema robótico proporciona uma visão tridimensional e ampliada do campo
cirúrgico, permitindo ao cirurgião identificar com precisão as estruturas
anatômicas e manipulá-las com maior segurança;
- Recuperação
mais rápida: devido ao menor trauma cirúrgico e à abordagem minimamente invasiva,
os pacientes submetidos à cirurgia robótica geralmente experimentam uma
recuperação mais rápida e podem retornar às suas atividades normais mais
cedo do que aqueles submetidos a procedimentos cirúrgicos mais invasivos.
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