A empresária Gabriella Oliveira, de 24 anos, viralizou nas
redes sociais após uma descoberta feita em fotos de uma viagem à Chapada dos
Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, na região nordeste do estado. Após o
alerta de um seguidor, ela identificou o que aparentava serem cobras na água da
cachoeira em que estava.
“Fiquei em choque depois que vi na galeria de fotos a cobra
atrás. Não percebi nada. Andamos por aquelas pedras tranquilos, nunca imaginei
que teria cobra na água. Estou grávida, se eu tivesse visto essa cobra tão
perto de mim entraria em pânico”, contou Gabriella.
O registro foi feito no feriado de 7 de setembro, na
Cachoeira Loquinhas. O vídeo também mostra uma cobra entre folhas, que foi
fotografada durante a trilha até o local, ou seja, não estava na água.
Em consulta a dois biólogos para analisar as imagens. Um
deles afirmou que havia cobras na água, enquanto o outro acredita que eram
apenas reflexos. Veja as fotos abaixo.
Gabriella Oliveira, de 24 anos, descobriu "cobras" ao ver fotos em cachoeira de Alto Paraíso de Goiás — Foto: Arquivo Pessoal/Gabriella Oliveira
Cobra na cachoeira?
O biólogo Edson Abrão disse que o animal na água era uma
sucuri, possivelmente das espécies amarela ou verde. Por outro lado, o biólogo
Pedro Dantas não conseguiu identificar cobras na água.
Ao examinar o vídeo, Edson sugeriu que as cobras eram
filhotes de sucuri, provavelmente trocando de pele. “Elas gostam de águas
cristalinas, porque conseguem absorver quando tem contato com a luz do sol. São
animais pecilotérmicos, eles precisam de uma temperatura mais alta para manter
o equilíbrio corpóreo e o metabolismo”, explicou Edson.
As cobras são animais cuja temperatura corporal varia
conforme a temperatura do ambiente. Edson explicou que elas se diferem das aves
e mamíferos, animais homotérmicos, que tem um metabolismo interno com
aquecimento e mantém a temperatura corporal constante, independentemente da
temperatura do ambiente.
“Ela se alimenta de pequenos répteis, peixes, anfíbios e
mamíferos. Não é uma serpente agressiva. É claro, se você tocá-la, ela vai se
defender, pode até te picar, tentar enrolar, mas a gente tem que respeitar o
lugar delas”, ponderou Edson.
Troca de pele
O biólogo explicou que, geralmente, as serpentes trocam de
pele fora da água, mas a sucuri pode realizar esse processo dentro da água
também. A troca de pele é essencial para o crescimento do animal, pois a pele
antiga funciona como uma camada que limita o corpo, e por isso precisa ser
substituída periodicamente.
“Quando é uma serpente jovem, essa pele é trocada de 30 a 60
dias. Quando é uma serpente adulta, em duas ou três vezes no ano. Achei muito
bacana, porque eu nunca tinha visto uma sucuri fazer a troca de pele na água,
achei sensacional”, pontuou.
Conscientização
Edson Abrão destacou a importância de preservar as serpentes
e outros animais silvestres. “Ali é o habitat dele, é a casa dele não é o nosso
lugar. Temos que garantir a preservação do animal, não atacar, não matar o
animal. A cobra é muito importante, extremamente importante para a natureza, inclusive
para manter o equilíbrio ecológico”, reforçou.
Ele também alertou sobre os perigos de manusear serpentes.
“Podem acontecer acidentes com adultos e crianças. Nesse caso aí, a sucuri não
tem peçonha, mas morde, pode dar infecção. Pode, às vezes, tentar apertar a
vítima naquele processo de constrição. É importante não incomodar o animal”,
finalizou.
Siga nosso Instagram
0 Comentários