Joicinéia Dias da Silva, de 23 anos, e Francinete Pereira da
Silva Neta, de 24 anos, foram encontradas em uma cova rasa na zona Norte de
Teresina
![]() |
Joicinéia Dias da Silva, de 23 anos, e Francinete Pereira da Silva Neta, de 24 anos foram encontradas mortas no sábado | Reprodução/Redes sociais |
O Instituto Médico Legal (IML) confirmou, por meio de
impressões digitais, a identidade dos corpos de duas mulheres encontrados no
último sábado (16) em uma cova rasa na região da Santa Maria da Codipi, Zona
Norte de Teresina.
As vítimas, Joicinéia Dias da Silva, de 23 anos, e Francinete
Pereira da Silva Neta, de 24 anos, estavam desaparecidas desde a quarta-feira
(13). Até agora, uma mulher está na mira da polícia após ser apontada como uma
das autoras da suposta tort*ra a que as vítimas foram submetidas.
Desaparecimento e investigação
Segundo informações preliminares da polícia, as irmãs saíram
de casa acompanhadas pelos filhos, uma menina de 4 anos e um menino de 6 anos.
A menina foi deixada em frente a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na região
pouco depois por um homem ainda não identificado, enquanto o menino foi entregue
na casa de um parente.
De acordo com o delegado Francisco Baretta, coordenador do
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a polícia começou a
investigar o caso na quinta-feira (14), um dia após a família noticiar nas
redes sociais o desaparecimento das mulheres.
“Imediatamente, eu acionei a Delegacia de Desaparecimento de
Pessoas, porque nosso objetivo maior é encontrar aquelas pessoas desaparecidas
com vida. Infelizmente, no meio da investigação, a gente verificou indícios que
elas tinham desaguado para um crime", falou.
Os corpos foram localizados no sábado (16), enterrados um
sobre o outro em uma cova rasa na região da Santa Maria da Codipi, zona Norte
de Teresina.
“Depois disso, descobrimos que elas saíram com duas crianças,
mas passaram na casa de parentes deixaram uma das crianças, que era o menino
que tem seis anos. A menina foi deixada em uma Unidade Básica de Saúde”, frisou
Baretta.
Relação com facções criminosas
Segundo o coordenador do DHPP, as irmãs tinham relações com membros
de facções criminosas. Seus companheiros seriam ligados ao Primeiro Comando da
Capital (PCC), enquanto elas teriam iniciado um relacionamento com integrantes
de um grupo rival, o Bonde dos 40. “Estamos investigando se esse envolvimento
foi o motivo do crime. Essas informações estão sendo formalizadas no inquérito
policial”, explicou o delegado.
Indícios de tortura e crueldade
O delegado também confirmou que os corpos apresentavam sinais
de violência. "O importante agora é responder às sete indagações clássicas
da investigação de homicídios e prender os autores, incluindo uma mulher que,
segundo consta, foi responsável por cortar o cabelo das vítimas e verificar os
atos de tort*ra. Os corpos estavam enterrados, e não há dúvidas de que houve
homicídio e extrema violência”, explicou Baretta.
Ele reforçou que, caso o laudo confirme os indícios, a
tortura poderá ser tratada como um crime autônomo, além do homicídio. “Estamos
trabalhando e já conversei com Antônio Nunes, médico legista do IML, e com o
legista de plantão, para que possam determinar, além da natureza jurídica do
homicídio, a possibilidade de incluir a qualificadora de tortura. Também
avaliaremos a possibilidade de tratar a tort*ra como um crime autônomo,
permitindo que os responsáveis recebam uma punição adicional específica por
esse crime", falou.
Vídeos nas redes sociais
Circulam nas redes sociais vídeos que mostram suspeitos
comemorando a morte das irmãs. Há também imagens que supostamente exibem as
vítimas sendo tort*radas. Baretta informou que as gravações estão sendo
analisadas pela polícia.
![]() |
Vídeo que circula nas redes sociais mostra Joicinéia Dias da Silva, de 23 anos, sendo tort*rada. As imagens estão sendo investigadas (Foto: Reprodução) |
“Isso deve ser definido com laudo cadavérico, com muita
cautela, clareza e objetividade, dentro da legalidade para eu e esses
indivíduos e possam passar para uma instituição criminal e resistir a institui
ação criminal e pegue uma punição na justiça e la fiquem presos”, destacou o
coordenador do DHPP.
Justiça como prioridade
Baretta condenou a brutalidade do crime e enfatizou a
importância de uma resposta severa. “Tribunal é o de justiça. Tribunal de crime
é cadeia. Bandidos que cometem um crime dessa natureza, na frente de crianças,
não merecem compaixão, mas sim prisão pelo resto da vida”, concluiu.
Fonte: Meio News