Segundo o médico, o consumo excessivo de refrigerantes, ricos em ácido fosfórico e açúcares, favorece a formação de cálculos renais
Um vídeo publicado pelo urologista Thales Franco de Andrade
viralizou nas redes sociais após mostrar a retirada de 35 pedras da bexiga de
um único paciente. O procedimento foi realizado no Hospital Municipal de
Capinópolis, no Triângulo Mineiro, em abril.
Nas imagens, que já somam mais de 8 milhões de visualizações
no Instagram, o médico aparece segurando um recipiente com dezenas de cálculos
renais. Ao lado do paciente, o médico pergunta quantos litros de refrigerante
ele consome por dia e ouve como resposta: “De 2 a 3 litros”.
O caso chamou atenção para a associação entre o consumo
excessivo de refrigerantes e a formação de cálculos, tanto na bexiga quanto nos
rins.
“O consumo excessivo de refrigerantes, ricos em ácido
fosfórico e açúcares, favorece a formação de cálculos de oxalato e fosfato de
cálcio nos rins e bexiga. Além da baixa ingestão de água, a acidificação
urinária, o aumento da excreção de cálcio e a elevação dos níveis de oxalato
são fatores que potencializam o risco de nefrolitíase”, escreveu o urologista
na legenda do vídeo.
@metropolesoficial O #urologista Thales Franco de Andrade realizou a retirada de múltiplos #cálculosrenais em um paciente que consumia diariamente de 2 a 3 litros de #refrigerante. O #médico explicou que o excesso de refrigerantes, especialmente os ricos em ácido fosfórico e açúcar, pode favorecer a formação de cálculos de oxalato e fosfato de cálcio, tanto nos rins quanto na bexiga. Além disso, a baixa ingestão de #água, a acidificação da urina, o aumento da excreção de cálcio e os níveis elevados de oxalato aumentam significativamente o risco de desenvolver pedras nos rins. #TikTokNotícias ♬ som original - Metrópoles Oficial
Como se formam os cálculos renais?
Os cálculos renais, conhecidos popularmente como pedras
nos rins, são uma condição frequente no Brasil. As pedras são massas duras que
se formam no trato urinário e podem provocar dor intensa, hemorragia, infecções
e bloqueio do fluxo urinário.
A formação ocorre quando há um desequilíbrio entre a
quantidade de água e sais presentes na urina. Com pouca hidratação, essas
substâncias deixam de ser diluídas e se concentram, favorecendo a
cristalização.
A alimentação também é um fator importante: dietas ricas em
proteína animal, vitamina C em excesso ou com pouco consumo de água aumentam o
risco. A condição, que também pode ser hereditária, é mais frequente em jovens
adultos.
“Nós só sabemos que alguém tem pedra nos rins pelo exame de
imagem. Porém, ela causa uma dor de grande magnitude nas costas, que as pessoas
comparam com a dor do parto — mas não há escala médica que comprove isso”,
explicou o nefrologista Luiz Roberto de Sousa Ulisses, que atua em Brasília, em
entrevista anterior ao Metrópoles.
A dor, geralmente forte, costuma se iniciar nas costas e pode
irradiar até a região dos órgãos genitais. Ela é provocada pelo esforço do
organismo para eliminar a pedra, e não pela sua presença em si. Outros
sintomas associados são:
- Sangue
na urina;
- Náuseas
e vômitos;
- Interrupção
do fluxo urinário, em casos mais graves;
- Febre,
quando há infecção associada ao cálculo.
Se manter hidratado é essencial para reduzir a chance de
formação dos cálculos.
