Crianças nasceram após cesariana realizada na cidade de Irecê, no norte do estado. Parto durou cerca de 40 minutos e contou com nove profissionais envolvidos.
Um parto empelicado, quando o bebê nasce envolto pela bolsa
amniótica, já é considerado raro pelos médicos e chama a atenção de quem
presencia. Mas já imaginou ver esse fenômeno em uma gestação de gêmeos e com
apenas uma das crianças protegida pela estrutura? Na Bahia, aconteceu.
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Olívia e Amelie nasceram em uma clínica particular da cidade
de Irecê, no norte do estado, na terça-feira (12). Foi a segunda delas que
surpreendeu os médicos e a família por estar empelicada. Um vídeo feito por um
fotógrafo que acompanhava o parto mostra o momento.
As bebês chegaram ao mundo em uma cesariana que durou cerca
de 40 minutos e contou com uma grande equipe de profissionais envolvidos,
incluindo:
- dois
obstetras
- dois
pediatras
- um
anestesista
- um
instrumentador
- uma
enfermeira
- e
duas técnicas de enfermagem
A mãe das crianças, que já têm um menino de 3 anos, falou
sobre a emoção do nascimento das filhas, sobretudo com esse "toque
especial" do destino.
"Foi surpreendente. Nos emocionamos muito. Não
esperávamos. Já ouvimos falar sobre, mas nunca imaginávamos viver esse momento.
Fomos agraciados, Deus é maravilhoso! A experiência tem sido surreal, de muitas
descobertas, aprendizados e responsabilidades", contou Keila Marques
Dourado.
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Novidade também para o obstetra Autran Machado. Ao longo dos
16 anos de carreira, essa foi a primeira vez em que presenciou um parto
empelicado com gêmeos.
"A obstétrica é uma especialidade mágica encantadora,
que, em sua generalidade, trabalhamos com a vida! Poder participar de um parto
como esse é gratificante, sentimos mais ainda a presença de Deus!", comentou
o médico.
Olívia nasceu com 2,400 kg e 47 cm, e Amelie com 2,654 kg e
49 cm. As meninas são saudáveis e seguem internadas na clínica. A previsão é de
que elas tenham alta nesta quinta-feira (14). Depois disso, as duas poderão
seguir para o convívio com o irmão mais velho, Noah.
Por que o parto empelicado ocorre?
A bolsa amniótica é composta por uma película fina e
transparente. É quando ela estoura que, normalmente, há a sinalização de que a
criança está prestes a nascer. Quando o líquido amniótico vaza, a mãe entende
que o parto se aproxima.
Contudo, quando a bolsa não se rompe, acontece o chamado
parto empelicado. Não há risco para mãe ou para o bebê. Após a retirada do bebê
envolvido pela bolsa, o médico faz um pequeno corte na película para que ela
estoure e a criança seja, então, retirada. Não é possível prever quando esse
evento pode ocorrer.
A partir daí, a criança segue para os procedimentos
habituais, ou seja, os testes e exames são realizados pelo pediatra neonatal
para avaliar a saúde geral do recém-nascido.
Em alguns casos de nascimento do bebê empelicado, a situação
pode proteger o recém-nascido, segundo os médicos. Como por exemplo, quando a
gestante tem alguma doença infecciosa e o bebê não deve entrar em contato com o
sangue da mãe para não se contaminar.
Outro benefício listado pelos especialistas, é que a bolsa
intacta protege o bebê contra possíveis traumas ou escoriações na hora do
nascimento.