Caso aconteceu em Santana do Acaraú, no interior do Ceará. Um
Boletim de Ocorrência foi registrado e a Polícia Civil está investigando a
situação.
A mãe de uma menina de 12 anos denunciou que um funcionário
da Prefeitura de Santana do Acaraú, no interior do Ceará, trocava mensagens
de teor s3xual com a filha pelas redes sociais. A Polícia Civil
informou que abriu investigação para apurar o caso.
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O suspeito é Francisco Marcílio Gonçalves Tibúrcio, diretor
da Divisão de Trânsito do município. O g1 tentou contato com ele, mas não
obteve resposta até a publicação desta reportagem. Para preservar a identidade
da vítima, o nome da mãe da adolescente não será divulgado.
No início de novembro, a mãe da menina encontrou mensagens
suspeitas que a filha trocava com um perfil sem identificação nas
redes sociais. Ao ouvir os áudios enviados pelo suspeito e comparar elementos
das fotos, como roupas e acessórios, com o perfil pessoal de Marcílio, ela
concluiu que ele era o responsável pelas mensagens.
A mulher registrou um Boletim de Ocorrência e, após a denúncia, passou a ser alvo de comentários e fofocas na cidade. O pai da menina chegou a ameaçar Marcílio com um f4cão, que registrou um Boletim de Ocorrência contra ele.

Mãe da menina fez prints das conversas antes das mensagens serem apagadas. — Foto: Reprodução
Como tudo ocorreu
Segundo a mãe, a menina não tem celular próprio e utilizava
o aparelho da avó para acessar as redes sociais. Na madrugada do dia 3
de novembro, ao manusear o telefone da mãe, a mulher encontrou mensagens
suspeitas, com teor s3xual.
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“Em um áudio, ele chama ela para tomar banho com ele.
‘Economiza a água, toma banho comigo’”, relatou.
Inicialmente, não foi possível identificar o autor das
mensagens, já que o perfil com quem a adolescente conversava não tinha nome
verdadeiro e as fotos não permitiam reconhecimento. A mãe então gravou os
áudios e pediu ajuda a amigas para tentar descobrir quem seria o
suspeito. Uma das pessoas consultadas apontou que a voz poderia ser de
Marcílio.
Eu não achei que fosse. Podia ser coincidência, uma voz
parecida, porque é uma pessoa muito correta, muito cheia de direito. — Mãe da menina.
A suspeita aumentou quando a mãe começou a comparar as roupas
e acessórios exibidos nas fotos do perfil utilizado nas conversas com as
imagens do perfil pessoal de Marcílio nas redes sociais. As
características, segundo ela, eram as mesmas.
Denúncia e investigação
A mãe da menina registrou um Boletim de Ocorrência no dia 6
de novembro e questionou a filha sobre a identidade do homem, mas ela
negou. A mulher também relatou uma movimentação suspeita na delegacia.
No dia 4 de novembro, ela procurou o local para registrar o
Boletim de Ocorrência, mas foi informada por um policial que não seria possível
naquele momento. Ela recebeu a orientação de reunir provas e fazer capturas de
tela das mensagens.
Dois dias depois, em 6 de novembro, voltou à delegacia.
Enquanto aguardava atendimento, percebeu que o suspeito entrou no prédio. “Ele
entrou muito estranho, muito desconfiado. Fiquei muito nervosa”, contou. Mais
uma vez, o registro não pôde ser feito e ela foi orientada a retornar no
período da tarde.
Horas depois, ao revisar o celular antes de voltar à
delegacia, a mulher percebeu que parte das mensagens e fotos havia sido
apagada pelo suspeito. Ela, porém, já havia feito os registros.
Já se passaram três semanas desde que o Boletim de Ocorrência
foi formalizado e a mulher afirma que ainda não recebeu retorno da
polícia. Ela teme que o caso seja abafado, pois acredita que o suspeito
exerce influência no município.
A Polícia Civil informou que está investigando uma denúncia
de crime contra a dignidade s3xual contra uma adolescente de
12 anos no município de Santana do Acaraú.
A mulher diz não saber há quanto tempo as conversas vinham
acontecendo, pois acredita que a filha apagava parte das mensagens. Ela também
percebeu que o perfil suspeito seguia outras meninas da mesma
faixa etária de sua filha nas redes sociais. Preocupada, ela decidiu alertar as
mães das adolescentes.
Após registrar a denúncia, a mãe passou a ser alvo de
comentários e fofocas na cidade, feitos por pessoas que duvidaram do relato.
Pai da menina ameaçou suspeito com f4cão
O caso ganhou novos desdobramentos quando o próprio Francisco
Marcílio Gonçalves Tibúrcio registrou um Boletim de Ocorrência no dia 25 de
novembro, afirmando ter sido ameaçado pelo pai da menina.
No documento, ao qual o g1 teve acesso, Marcílio relata que o
pai da adolescente teria ido até sua residência armado com um f4cão e ameaçado
m4tá-lo após tomar conhecimento das conversas atribuídas ao suspeito.