Parente do vírus SARS-CoV-2 é detectado em morcegos no Camboja

Um coronavírus relacionado ao SARS-CoV-2 foi encontrado em animais capturados em 2010; são os primeiros parentes do vírus fora da China


Um coronavírus relacionado ao SARS-CoV-2, vírus responsável pela pandemia, foi encontrado por pesquisadoers em morcegos congelados para pesquisa no Camboja, de acordo com artigo publicado no periódico científico Nature na segunda-feira (23). O artigo também se refere à descoberta de outro coronavírus bem próximo ao SARS-CoV-2 no Japão.

Os vírus são os primeiros "parentes" conhecidos do SARS-CoV-2 a serem encontrados fora da China. Evidências sugerem que o SARS-CoV-2 se originou em morcegos-de-ferradura que transmitiram o vírus diretamente ao homem. Também cogita-se a existência de um hospedeiro intermediário, porém isso ainda permanece um ministério, ressalta o artigo.

O vírus no Camboja foi detectado em dois morcegos-de-ferradura (Rhinolophus shameli) capturados no Norte do país em 2010. O artigo afirma que o genoma do vírus não foi totalmente sequenciado ainda, o que não permite avaliar se teve algum papel na pandemia.

Os pesquisadores acreditam que se esse vírus estiver mesmo relacionado com o vírus pandêmico ou se tratar de um ancestral do novo coronavírus poderá fornecer informações cruciais sobre o SARS-CoV-2, contribuindo para a descoberta precisa da origem da pandemia.

Para fornecer essas informações, o vírus teria que compartilhar mais de 97% de seu genoma com o SARS-CoV-2, afirmam.

Caso a relação seja mais remota, a descoberta ainda será útil para entender a diversidade da família dos coronavírus. Foi o caso do vírus Rc-o319, identificado em um morcego japonês (Rhinolophus cornutus) capturado em 2013. Segundo o artigo, esse vírus compartilha 81% de seu genoma com o SARS-CoV-2, sendo considerado um parente distante.

Até o momento, o parente mais próximo conhecido é o RaTG13. Esse vírus foi descoberto em morcegos-de-ferradura (Rhinolophus affinis) na província chinesa de Yunnan em 2013.

"O novo vírus teria que ser pelo menos 99% semelhante ao SARS-CoV-2 para ser considerado um ancestral imediato do vírus pandêmico atual. Os genomas de RaTG13 e SARS-CoV-2 diferem em apenas 4%, mas essa divergência representa entre 40 e 70 anos de evolução, apesar de compartilharem um ancestral comum. Embora separados por décadas, os vírus são semelhantes o suficiente para usar o mesmo receptor para entrar nas células. Estudos celulares sugerem que RaTG13 pode infectar pessoas", diz o artigo.

Outros coronavírus foram encontrados em morcegos Rhinolophus e pangolins capturados entre 2015 e 2019, que hoje sabe-se que estão intimamente relacionados ao SARS-CoV-2, destaca.

“O SARS-CoV-2 provavelmente não era um vírus totalmente novo que apareceu de repente. Os vírus neste grupo existiam antes de tomarmos conhecimento deles em 2019 ”, afirmou Tracey Goldstein, diretora-associada do One Health Institute da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que integra a equipe de pesquisadores do Camboja à Nature.

R7.

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