'Para ele, é inaceitável uma
mulher jovem presidindo a Câmara que um dia foi dele', diz Ianca da Tabatinga,
que acusa machismo e perseguição de vereador em Itaguaçu
Reprodução |
Uma pancadaria na Câmara de
Vereadores de Itaguaçu da Bahia, no Vale do São Francisco, terminou com um
vereador no hospital e a presidente da Casa na delegacia. O tumulto ocorreu na
última sexta-feira (19), enquanto Antônio de Jonas discursava no palanque.
O regimento interno do
legislativo local determina que, enquanto um assunto é discutido, outro tópico
não pode ser abordado durante a fala. E foi justamente isso que estava fazendo
Antônio.
Ianca da Tabatinga, presidente
da Câmara, então tentou alertar o vereador, que se revoltou e jogou o microfone
em direção à vereadora.
Em seguida, Antônio partiu na
direção de Ianca, tentando agredí-la. Para se defender, a mulher pegou o
microfone e acabou atingindo o edil no rosto, provocando o ferimento.
Enfurecido, Antônio ainda
tentou puxar o cabelo, chutar e bater na presidente.
A confusão só acabou quando
outros vereadores e servidores, presentes na sessão, conseguiram apartar a
briga. Antônio saiu sangrando enquanto Ianca foi retirada do local.
Veja dois vídeos da
pancadaria.
Em entrevista ao CORREIO,
Ianca explicou que Antônio foi presidente da Câmara de Vereadores de Itaguaçu
por diversas oportunidades, e que, desde que ela assumiu o posto, ele vem
perseguindo-a.
"É evidente o machismo
dele. Para ele, é inaceitável uma mulher jovem presidindo a Câmara que um dia
foi dele. Essa perseguição vem desde antes das eleições de 2020. Antônio falava
que, caso eu vencesse as eleições, ele viria vestido de saia, claramente num
tom preconceituoso e pejorativo", afirma.
Sobre a agressão, a presidente
disse que só percebeu o que realmente tinha acontecido após ver os vídeos.
"Foi tudo muito rápido. Eu só lembro que ele estava em cima de mim e que o
microfone era a única forma de me proteger. Meu pai nunca triscou uma mão em
mim, então não vai ser ele que vai vir me bater", disse.
Por conta das agressões, Ianca
precisou ir até a delegacia para fazer o exame de corpo de delito e prestar
depoimento. Ela estava com hematomas no braço, rosto e pernas.
O CORREIO tentou contato com o
vereador Antônio de Jonas através de seu número de telefone, mas não obteve
retorno.
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