Pneumologista explica em quais
casos a dificuldade para respirar precisa ser avaliada por um médico
Por ser uma doença que acomete
principalmente o pulmão, pessoas diagnosticadas com a covid-19 podem sentir
dificuldade para respirar e, em quadros mais graves, algumas precisam ser
intubadas. Segundo o pneumologista Flavio Arbex, coordenador da Enfermaria
Covid da Santa Casa de Araraquara, em São Paulo, normalmente a falta de ar
aparece a partir do sétimo dia da doença.
“Tanto em pacientes que têm ou
não outra doença pulmonar, respiratória ou cardíaca, a falta de ar vem na fase
inflamatória da covid-19, quando começa a inflamação no pulmão”, explica o
médico.
Como é a falta de ar da
covid-19?
De acordo com o médico, a
falta de ar causada pela covid-19 começa como um cansaço, que pode aparecer
quando a pessoa sente dificuldade para respirar enquanto executa movimentos
básicos, como caminhar, ou durante qualquer outro esforço.
“É necessário procurar um
médico quando a pessoa está com dificuldade para respirar enquanto fala, quando
ela já não consegue falar frases completas, ou quando ocorre a queda da
saturação”, explica Arbex.
Vale ressaltar que a redução
da saturação — quando ocorre a queda dos níveis de oxigênio no
sangue — nem sempre vem acompanhada de falta de ar.
Por isso, é importante se
atentar a outros sintomas como piora da febre, cansaço ao caminhar, respiração
mais rápida, sinais que também podem indicar o comprometimento da saturação e
que precisam ser avaliados por um médico.
“Muitas pessoas acham que a
partir do décimo dia sem apresentar complicações já estão livres da doença.
Mas, na verdade, pode piorar. Se a pessoa permanecer com sintomas leves,
precisa continuar monitorando”, destaca o especialista.
Quando a intubação é
necessária?
A intubação, procedimento
que auxilia na respiração por meio de um tubo colocado na garganta, é realizada
em casos graves quando o paciente não consegue respirar sozinho.
É possível ofertar oxigênio
por outras vias não invasivas, como por meio de máscara de ventilação ou
cateter. A intubação só é feita quando essas outras alternativas não são
suficientes para suprir a necessidade respiratória.
“A intubação não é o fim, não
é uma sentença de morte, é para ajudar o paciente a se recuperar”, afirma o
pneumologista.
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