O horário de verão vai voltar em 2021 no Brasil? O que sabemos

A medida, retirada em 2019 pelo presidente, Jair Bolsonaro, tem objetivo de reduzir consumo de energia do país

 


Com a crise hídrica vivida pelo país, o brasileiro voltou a questionar se o horário de verão vai voltar. O modelo foi abolido em 2019 pelo presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), mas especialistas afirmam que ele poderia retornar, em 2021.

O horário de verão vai voltar?

De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o retorno do horário de verão seria inviável em 2021 no Brasil, ou seja, não deve voltar. Em nota,  a pasta explicou que “O Ministério de Minas e Energia tem estudado iniciativas que visam ao deslocamento do consumo de energia elétrica dos horários de maior consumo para os de menor, de forma a otimizar o uso dos recursos energéticos disponíveis no Sistema Interligado Nacional”.

“Nesse sentido, a contribuição do horário de verão é limitada, tendo em vista que, nos últimos anos, houve mudanças no hábito de consumo de energia da população, deslocando o maior consumo diário de energia para o período diurno. No momento, não identificamos que a aplicação do horário de verão traga benefícios para redução da demanda”, diz o ministério.

Por fim, vale destacar que Bolsonaro chegou a afirmar, em entrevista à Rádio ABC, do Rio Grande do Sul, que a medida poderia retornar, caso boa parte da população, não apenas setores específicos, entendessem que seria a melhor opção.

“Se comprovou, realmente, que não aumentava o consumo de energia, que era o ponto focal, principal, da existência do horário de verão”, disse o presidente.

Logo, ele entende que não há clima para o retorno do dispositivo no atual momento. “E até o momento, eu vejo que continua a maioria da população contrária ao horário de verão. Se a maioria mudar de posição, eu sigo a maioria”, afirmou.

Para o pesquisador do Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Diogo Lisbona, o horário de verão poderia trazer redução de até 3% nos momentos de pico, entre 18h a 21h.

Além disso, associações e entidades que representam os setores do comércio, turismo e alimentação já enviaram pedidos ao presidente, solicitando a volta da medida. Essa junção foi capitaneada pela Confederação Nacional de Turismo (CNTur) de Santa Catarina, Paraná e Bahia.

Segundo esses grupos, essa alteração beneficiaria a economia, para que mais pessoas pudessem comparecer e consumir tais serviços. “São muitos os desafios para mitigar o problema e qualquer economia energética se torna agora ainda mais relevante”, diz nota enviada pelo CNTur.

Mas por que o horário de verão acabou no Brasil?

Em abril de 2019, o governo federal decidiu acabar com o horário de verão no país, por entender que não trazia resultados expressivos de economia energética. O entendimento era de que a população mudou o hábito de consumo, e que boa parte dos brasileiros utilizavam aparelhos de ar-condicionado durante o dia, não apenas de noite.

Em geral, a justificativa oficial é de que os benefícios são pequenos, se comparados às alterações na cadeia produtiva que poderia trazer.

Há dois anos, o Ministério de Minas e Energia oficializou a remoção dessa medida. Logo, o ano de 2019 foi o primeiro, desde 1985, a não ter horário de verão.

Além disso, no ano seguinte, a pasta federal manteve a recomendação no final do ano de 2020, até o ano seguinte. Por isso, a preocupação é se vai haver ou não, horário de verão no final deste ano, 2021, que perduraria até o começo do ano que vem, 2022.

O que é o horário de verão e para que serve?

O cientista e político estadunidense Benjamin Franklin desenvolveu a ideia do horário de verão, pela primeira vez, no ano de 1784. Ele verificou que, nos meses de verão, muitas pessoas da época acordavam depois que o Sol nascia.

Logo, se os relógios fossem adiantados em uma hora, a população poderia aproveitar melhor a luz do dia. No entanto, a ideia não vingou e uma medida semelhante só foi adotada em 1915, na Alemanha.

No Brasil, o horário de verão apareceu pela primeira vez na década de 1930, vigorando por alguns meses entre 1931 e o ano seguinte. Posteriormente, retornou esporadicamente em 1932, de 1949 a 1952, em 1963 e de 1965 a 1967.

O principal objetivo da implantação era otimizar a luz natural, reduzindo a necessidade de gerar mais energia. Naquele momento, estimava-se que o período em que mais se usava recursos elétricos era a partir do fim da tarde. Logo, se adiantava os relógios em uma hora, a partir da meia-noite, para garantir esse benefício.

No entanto, a decisão só ganhou caráter fixo em 1985, quando então presidente José Sarney decretou a medida, em todo o Brasil. Alguns anos depois, os estados do norte e nordeste brasileiro, deixaram de fazer esse adiantamento, por estarem mais próximos à linha do Equador. Logo, esses lugares registravam dias mais longos durante o verão.

Ao final, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal adotavam a medida. Fora isso, a decisão costumava valer, a partir do terceiro domingo do mês de outubro, até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte.

No mundo, países da Europa, América do Norte, além da Rússia, Cuba e Turquia, adotam a medida, em épocas específicas, cada. Além disso, a Austrália, Nova Zelândia e Chile também têm regras semelhantes.

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