Homem foi
mordido na perna enquanto nadava; pesquisadores dizem ser caso isolado
Um turista
francês de 59 anos de idade foi mordido por um tubarão na praia do Lamberto, em
Ubatuba (226 km de SP), no litoral norte do estado de São Paulo. Ele foi
socorrido, medicado e, segundo parentes, já voltou para a França, onde trabalha
como engenheiro de produção de automóveis.
O caso
aconteceu no dia 3 de novembro, um dia após o feriado de Finados. Quem fez a
confirmação de que o ferimento foi provocado por dentes de um tubarão foram os
pesquisadores do Instituto Argonauta, que atua na região. Eles fizeram a
análise a partir de imagens compartilhadas pela família do turista e por
relatos que colheram de quem estava próximo no momento do incidente.
As imagens
foram encaminhadas para o biólogo Otto Bismarck Gadig, da Unesp (Universidade
Estadual Paulista), um dos maiores especialistas sobre tubarões do Brasil. Ele
também confirmou que as lesões são compatíveis com as de um tubarão,
segundo o instituto.
"Esse
incidente foi uma situação muito atípica. Em ao menos 30 anos desconhecíamos
qualquer registro de ataque de tubarões em banhistas. Ouvimos apenas histórias
referentes a pescadores, mas isso já praticamente em alto-mar", afirmou a
bióloga Natália Della Fina, do Instituto Argonauta —a confirmação foi feita
nesta segunda-feira (8).
Outros
exames serão feitos para analisar qual espécie de tubarão mordeu o turista. A
hipótese é a de que o animal tenha se assustado, já que o francês nadava em
estilo crawl (batendo braços e pernas). "Pode [o animal] ter achado que
era uma presa se debatendo", diz a bióloga.
Segundo
Natália, é pouco provável que novos episódios venham a ocorrer. "As pessoas
podem ficar superdespreocupadas. Não podemos afirmar que nunca mais vai
acontecer. Porém, é algo muito atípico. É muito mais fácil a pessoa se cortar
no lixo que está no mar, do que ataque", afirmou.
Segundo
Natália, diferentemente de outras regiões do país, em Ubatuba os tubarões não
chegam perto da costa por alguns fatores, entre eles o fato de ter alimento
disponível longe dali.
"Além
disso, não há histórico de ataques na região", afirma a bióloga.
Uma parente
do francês que preferiu não se identificar afirmou que ele já veio para o
Brasil diversas vezes e será reavaliado na França. Ela disse que mesmo após o
acidente, ele afirmou que voltará a visitar a região para turismo futuramente.