Advogada e alvo de uma operação contra organização criminosa. No vídeo é possível ver que ela ainda está de pijama quando vai até o local por conta da confusão.
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Momento em que Jennifer Nayara percebe confusão e se apresenta à polícia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
Uma câmera de segurança registrou o momento em que a advogada
Jennifer Nayara sai de casa e descobre que era alvo de um mandado de prisão
cumprido por engano na casa da vizinha, em Aparecida de Goiânia. No vídeo é
possível ver que a mulher ainda está de pijama quando vai até o local por conta
da confusão. Ela continua presa.
O vídeo mostra quando a advogada, que era o verdadeiro alvo
da ação, sai de casa ao ouvir a confusão na residência de frente a sua. Ainda
de pijama, ela vai até a vizinha e conversa com um policial. Minutos depois,
eles percebem o erro e dão voz de prisão à Jennifer Nayara, que é levada para a
delegacia.
A defesa de Jennifer diz que não tem conhecimento de nenhuma
ligação entre ela e a família da casa invadida por engano, além do fato de
serem vizinhos. Informou também que, ao perceber a confusão na casa ao lado e
ouvir que seu nome foi citado, a própria se entregou.
— Max Ribeiro (@max_ribe_29) April 15, 2024
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO)
disse que acompanhou a operação de cumprimento de mandados judiciais realizados
pela Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC) em desfavor da
advogada, e seguirá acompanhando o caso.
O cumprimento do mandado aconteceu na quinta-feira (11), no
Parque Industrial Santo Antônio. Uma equipe da Polícia Civil arrombou o portão
de uma casa procurando por Jennifer, alvo de uma operação contra organização
criminosa. Mas quando entraram, foram surpreendidos por outros moradores, que,
assustados, começaram a gravar a ação da polícia, questionando o que estava
acontecendo.
Após o nome da suspeita ser anunciado, a moradora fica ainda
mais indignada: “Quem é Jennifer Nayara? O mandado está na casa errada”, disse.
Embora a confusão tenha se resolvido, o casal registrou o boletim de ocorrência
contra a equipe e procurou a corregedoria para denunciar abuso de autoridade.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que o mandado foi cumprido
no endereço correto, que constava na ordem judicial. Detalhou que o local foi
determinado por investigação técnica, que continha informações decorrentes de
quebra de sigilo telemático e vigilância policial in loco.
Disse também que os policiais da Delegacia Estadual de
Investigações Criminais (Deic) bateram no portão e chamaram os moradores
diversas vezes, mas não tiveram retorno e, por conta disso, decidiram arrombar
o portão da casa. A decisão, segundo a corporação, está de acordo com o artigo
245, parágrafos 2º e 3º do Código de Processo Penal.
A nota diz também que que “havia uma ligação entre a casa
objeto da busca e a pessoa que se buscava prender, tanto o é que, esta foi
presa em frente à residência citada no mandado judicial”.
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Jennifer Nayara foi presa em Aparecida de Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera |
'Foi aterrorizante'
A moradora da casa, Tainá Fontenele, diz ter ficado muito
assustada durante a ação, já que uma das policiais apontou uma arma para ela.
“Foi aterrorizante. Minha filha estava atrás de mim e a
policial com a arma em punho. Poderia acontecer uma fatalidade dentro da minha
casa", disse Tainá à TV Anhanguera.
Tainá afirma que nunca passou por essa situação. "Eles
batiam tão forte que falei para o meu marido abrir o portão. Antes de abrir, a
policial já estava com a arma em punho. Nunca passei por isso”, disse. Ela
denuncia que, após perceberem o erro, os agentes foram mais agressivos e
debocharam da situação.
“Fizeram sarcasmo. O policial jogou beijo, piscou para mim e
disse: 'vai lá na Corregedoria’. Eles falaram que não iria dar em nada",
lembra a empresária.
O casal registrou um Boletim de Ocorrência (BO) na tarde do
último dia 11 de abril e, segundo a moradora, eles vão entrar com um processo
contra os policiais e contra o estado. “Isso não é um erro que podemos chamar
de errinho. Isso está acontecendo muito e com vários erros”, finaliza.