Animal foi capturado na madrugada desta quinta-feira (24) em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul
![]() |
Foto: Saul Schramm/Secom — 24.05.2025 |
A onça-pintada que matou um caseiro de 60 anos, na
segunda-feira (21), em Aquidauana, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, irá
passar por uma série de exames após ter sido capturada na madrugada desta
quinta-feira (24), por uma equipe da Polícia Militar Ambiental (PMA).
O animal, um macho, foi sedado e levado para um Cras (Centro
de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, capital do Estado.
De acordo com a Polícia Ambiental, a onça-pintada foi
capturada próxima ao local em que o caseiro Jorge Avalo foi morto. Ele teve
parte do corpo devorada pelo felino. O animal pesa 94 kg, abaixo do normal para
um macho adulto.
O Cras vai realizar todos os procedimentos de saúde no
animal, com coleta de materiais para análise. O objetivo é descobrir se há
material genético da vítima, e fazer uma análise multidimensional da saúde da
onça.
“Como é um caso muito atípico, a partir da avaliação clínica
e de sanidade, vamos ver qual doença que ele tem, porque não é normal o animal
desse porte estar tão magro, e assim podemos tentar relacionar ao caso”,
explicou o pesquisador Gediendson Araújo, especialista em animais de grande
porte do Reprodução para Conservação (Reprocon).
O animal deveria pesar em torno de 120 kg. Também será feita
uma investigação pela Polícia Civil sobre a causa da morte do caseiro.
Ainda não se sabe, por exemplo, se a vítima foi de fato engolida pelo animal.
“É um caso muito atípico, mas está muito relacionado a
presença e aceitação de um animal silvestre à presença de humanos. O animal
perdeu o medo de ver o homem como um predador, e acabou tendo essa situação com
esse desfecho. Então a coisa é incomum de acontecer, são poucos os relatos, e é
uma pena que teve uma perda humana”, acrescentou Araújo.
Onça que matou caseiro no Pantanal é capturada
O coronel José Carlos Rodrigues, comandante da PMA, afirmou
que foi constatado que havia oferta de alimento para atrair animais silvestres
no local em que ocorreu o ataque.
Segundo ele, a prática, conhecido como ceva, “além de
configurar crime ambiental, é extremamente perigosa, pois pode provocar
alterações no comportamento natural dos animais”.