Tipo de câncer que matou Preta Gil é prevenível com atenção aos sintomas e adoção de hábitos saudáveis
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Homem indo ao banheiro Crédito: Shutterstock |
Presença de sangue nas fezes, mudança repentina no ritmo
intestinal e até um “cocô” mais fino do que o habitual podem ser indicativos de
câncer colorretal, doença que matou Preta Gil neste domingo (20). O alerta é da
oncologista Lívia Andrade. Em entrevista ao CORREIO, a médica destacou a
necessidade de ficar atenta aos sinais para prevenir câncer no intestino e
outros problemas gastrointestinais.
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“Fezes mais finas que o habitual (em fita ou lápis), presença
de sangue ou alterações persistentes como diarreia ou constipação sem causa
aparente são sinais que devem ser investigados”, orienta Lívia Andrade.
O câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil e o
segundo que mais mata no país, mas, de acordo com a especialista, também é um
dos mais preveníveis e tratáveis, desde que diagnosticado precocemente. O maior
desafio, para ela, é o caráter silencioso da doença nos estágios iniciais. “É
por isso que o rastreamento é essencial, mesmo sem sintomas”, reforça.
Causas e fatores de risco
As origens do câncer colorretal podem estar associadas tanto
a fatores ambientais quanto genéticos, sendo o último responsável por apenas
10% dos casos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.
A médica destaca ainda que, apesar de mais comum a partir dos
50 anos, o número de diagnósticos em pessoas jovens tem crescido nas últimas
décadas. “Atualmente, um em cada cinco casos diagnosticados ocorre em pessoas
com menos de 54 anos, o que representa um aumento de 11% nessa faixa etária nas
últimas duas décadas”, ressalta.
Entre os principais fatores de risco estão:
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- Histórico
familiar da doença;
- Doenças
inflamatórias intestinais, como retocolite ulcerativa e doença de Crohn;
- Dieta
rica em carnes processadas e pobre em fibras;
- Sedentarismo,
obesidade e tabagismo.
- Complicações
e impactos no corpo
Quando diagnosticado tardiamente, o câncer colorretal pode
trazer complicações severas. “Além de alterações no hábito intestinal, como
diarreia ou obstrução, pode haver sangramentos, anemia, dor abdominal e perda
de peso”, enumera a oncologista. Casos mais avançados apresentam risco de
metástases, especialmente para o fígado, pulmões e linfonodos.
Alimentação é prevenção
De acordo com a médica, a alimentação tem papel central tanto
no desenvolvimento quanto na prevenção da doença. “Uma dieta rica em carnes
vermelhas e processadas, frituras e pobre em fibras está diretamente associada
ao aumento do risco de câncer colorretal”, explica Livia Andrade. As fibras,
por outro lado, favorecem a formação de fezes saudáveis e auxiliam na
eliminação de substâncias tóxicas no intestino.
Segundo a oncologista, a prevenção é possível e uma das
principais formas indicadas é optar por uma alimentação saudável , aliada a
mudanças no estilo de vida. A médica listou as seguintes medidas:
- Adotar
uma alimentação rica em fibras e com menos carnes processadas;
- Praticar
atividade física regularmente;
- Evitar
tabaco e consumo excessivo de álcool;
- Manter
o peso corporal adequado;
- Realizar
exames de rastreamento, como a colonoscopia, a partir dos 45 anos — ou
antes, em caso de fatores de risco.
“A maioria dos tumores intestinais se apresenta por meio de
pólipos. Detectar e remover esses pólipos durante a colonoscopia, antes que se
tornem malignos, é uma das estratégias mais eficazes de prevenção”, acrescenta.
Para Livia Andrade, o conhecimento sobre esse tipo de câncer
e o autocuidado em todas as áreas da vida são fundamentais: “Cuidar da
alimentação, manter hábitos saudáveis e estar atento ao histórico familiar são
atitudes que salvam vidas. Informar-se e quebrar o tabu em torno dos exames de
prevenção é um passo importante para reduzir o impacto dessa doença na nossa
população”, finaliza.