Desde maio, 8.512 contratos foram efetivados pela Caixa, que equivalem a R$ 2,15 bilhões
A nova Faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida, voltada
para a classe média, está abaixo da expectativa do governo federal. Segundo a
Caixa Econômica Federal, a nova modalidade, lançada em maio, registrou até o
momento 8.512 contratos, que equivalem a R$ 2,15 bilhões.
A estimativa do governo é beneficiar cerca de 120 mil
famílias em 12 meses, em média de 10 mil contratos por mês. No entanto, em três
meses, o volume ainda não chegou a 10 mil.
O conteúdo continua após o anúncio 👇
Para a Caixa, a contratação da nova modalidade Minha Casa, Minha
Vida Classe Média está em um movimento crescente.
A modalidade foi criada para financiar imóveis de até R$
500 mil, para famílias com renda mensal de R$ 8 mil a R$ 12 mil.
O prazo para pagamento é de até 420 meses, com taxa de
juros nominal de 10% ao ano, inferiores às praticadas atualmente no mercado com
recursos do SBPE.
“Está abaixo da curva esperada. Entretanto, a gente acredita
que isso seja em função justamente do tempo de maturação”, afirmou Clausens
Duarte, vice-presidente de Habitação de Interesse Social da CBIC, durante
coletiva nesta segunda-feira (18), para divulgar os resultados do segundo
trimestre do setor imobiliário.
Segundo ele, antes de ser lançado, esse público não se
enquadrava no Minha Cassa, Minha Vida. Além disso, a classe média é mais
sensível à alta da taxa básica de juros, a Selic, que está em 15% ao ano.
“Quando foi lançado, o mercado não estava preparado, e
o volume de oferta para essa faixa estava reduzido. Prova disso é que a
participação do imóvel usado está sendo bem significativa.”
O segmento já está trabalhando no desenvolvimento desses
produtos. “A gente acredita que, ao longo desses 12 meses, o volume de
lançamentos vai aumentar e, consequentemente, o número de vendas também”,
acrescentou Duarte.
O conteúdo continua após o anúncio 👇
Vendas
As vendas no programa Minha Casa, Minha Vida cresceram 25,8%
no primeiro semestre de 2025, alcançando 95.483 unidades. No entanto, houve
desaceleração nos lançamentos no segundo trimestre, com queda de 10,1% em relação
ao primeiro trimestre.
Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pela CBIC
(Câmara Brasileira da Indústria da Construção).
O programa representou 47% dos lançamentos totais do mercado
no segundo trimestre, ante 53% no mesmo período do ano anterior, e 46% das
vendas, contra 42% no mesmo período do ano anterior.
Outras mudanças
Além da criação da Faixa 4, desde maio, foram promovidos
reajustes nos limites de renda das demais faixas:
• Faixa 1: renda familiar até R$ 2.850,00;
• Faixa 2: renda familiar de R$ 2.850,01 a R$ 4,7 mil;
• Faixa 3: renda familiar de R$ 4.700,01 a R$ 8,6 mil.
O que prevê a Faixa 4
- A
taxa de juros para a nova faixa será de 10% ao ano
- O
limite do imóvel para financiamento é de até R$ 500 mil
- Número
de parcelas vai a até 420 meses
- A
cota de financiamento para imóveis novos é de 80%
- Para
imóveis usados, esse percentual é de 60% nas regiões Sul e Sudeste e de
80% para as demais localidades
- Inclusão
de 120 mil famílias
Modalidades
- Aquisição
de unidade habitacional;
- Construção
de unidade habitacional e
- Aquisição
de Terreno e Construção de unidade habitacional.
Como contratar
- Confira
como fazer
As famílias com renda mensal até R$ 12.000,00 podem contratar
de forma individual ou por meio de construtora, ou ainda por uma entidade
organizadora se unidade vinculada a um empreendimento financiado pela Caixa. É
só fazer a simulação para saber quanto poderá investir e entregar a
documentação em um Correspondente Caixa Aqui ou na agência Caixa.
- Avaliação
do cadastro
No atendimento na agência ou no Correspondente Caixa Aqui, o
banco recebe e analisa a sua documentação e a documentação do imóvel que você
escolheu e mostra para você as melhores condições para o financiamento.
- Assinatura
do contrato
Após a validação e aprovação do cadastro e documentação, o
contrato de financiamento é assinado.
Informações
Para Thiago Ely, diretor-executivo comercial e de marketing
da MRV, a informação é essencial para orientar os consumidores.
“Muitas pessoas adiam ou até desistem do sonho da casa
própria por falta de informação sobre como funciona o processo de compra e
financiamento de um imóvel pelo programa habitacional do governo”, afirma.
Por isso, ele responde a cinco dúvidas comuns sobre o
programa Minha Casa, Minha Vida. Veja a seguir:
1. Quem pode participar do Minha Casa, Minha Vida hoje?
O programa agora contempla famílias com renda de
aproximadamente R$ 2 mil até R$ 12 mil por mês. Uma das principais mudanças é
que essa renda pode ser composta entre mais de uma pessoa — como casais, pais e
filhos ou até irmãos. Isso amplia significativamente as chances de aprovação no
financiamento.
2. Autônomos e informais podem financiar também?
Sim. Pessoas sem carteira assinada também podem participar. O
programa aceita declaração de Imposto de Renda e extratos bancários como
comprovação de renda, facilitando o acesso para trabalhadores autônomos,
informais e freelancers.
3. Como o FGTS pode ajudar a conquistar o imóvel?
O uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) é um
dos grandes aliados na compra do primeiro imóvel. Para quem tem carteira
assinada, o empregador deposita mensalmente 8% do salário em uma conta
vinculada ao FGTS, e esse valor pode ser utilizado para dar entrada ou abater
parcelas do financiamento do imóvel. Isso permite reduzir o valor financiado ou
as prestações mensais, tornando o financiamento mais leve e acessível.
4. É verdade que as parcelas são menores que o aluguel?
Sim. Um dos principais atrativos do Minha Casa, Minha Vida
são os juros reduzidos: a partir de 4% ao ano, enquanto a média de mercado
supera os 12%. Com isso, as parcelas costumam ser menores que o valor do
aluguel em muitos casos — e, ao fim, o imóvel é seu. É economia mensal e
construção de patrimônio ao mesmo tempo.
5. Preciso ter muito dinheiro guardado para dar entrada?
Não. Um dos mitos mais comuns é o de que é necessário ter uma
grande quantia inicial para começar. Com o uso do FGTS, o apoio de subsídios
nacionais, bem como de programas estaduais (onde estão disponíveis) e boas
condições de negociação, muitos brasileiros estão conseguindo comprar com
entradas ajustadas à realidade do orçamento.
Fonte: R7
