Correio Brasiliense - O
ministro Onyx Lorenzoni havia prometido apresentar cronograma nesta
sexta-feira. Mas, hoje, disse que anúncio agora será feito por Bolsonaro nos
próximos dias
Os brasileiros vão passar
o fim de semana ainda sem saber quando terão acesso à segunda parcela do
auxílio emergencial de R$ 600, que já está atrasada há mais de dez dias. Isso
porque o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, não cumpriu a promessa de
anunciar ainda nesta semana as próximas datas de pagamento do benefício. Ele
alegou que o anúncio agora será feito pelo presidente Jair Bolsonaro e
provavelmente só no início da semana que vem.
Onyx passou toda a semana
afirmando que esse cronograma de pagamentos seria apresentado até esta
sexta-feira (08/05). Afinal, o início dos depósitos da segunda parcela estava
previsto para começar no último dia 27 e o governo chegou até a anunciar a
antecipação desse pagamento para o dia 23. Depois, contudo, voltou atrás. Onyx
alegou que era preciso liberar um crédito extra para o programa, já que o
número de beneficiários superou as expectativas do governo. O crédito, porém,
logo foi liberado por Bolsonaro, que ainda disse não ter autorizado a
antecipação do pagamento.
Nesta sexta, contudo, o
ministro da Cidadania não fez nenhum anúncio. Ao contrário, disse, em entrevista
ao programa de Datena, que o anúncio das datas de pagamento da segunda parcela
agora estão a cargo do presidente Bolsonaro. "Vai ser anunciado pelo
presidente, ou no final de semana ou no início da semana, as datas de pagamento
da segunda parcela", disse Onyx, ao ser questionado sobre o assunto por
Datena.
Nem ele, nem o Ministério da Cidadania explicaram o motivo do atraso. E Bolsonaro também não falou sobre o assunto hoje. Mas Onyx garantiu que, apesar disso, o "todo o esforço que estamos fazendo é para que a segunda parcela possa ser paga já na próxima semana". Ele alegou que o pagamento da segunda e da terceira parcela do auxílio emergencial será feito de forma muito mais ágil, visto que o governo já tem a base de dados dos brasileiros que têm direito aos R$ 600.
A Caixa Econômica Federal,
que é a responsável pela operacionalização do pagamento, contudo, tem defendido
que essa segunda parcela seja paga de uma forma diferente. Para evitar a
formação de novas filas nas agências bancárias, a Caixa defende que os saques
sejam espaçados. Ou seja, com um intervalo entre cada grupo de pagamentos. Os
grupos devem ser definidos, por sinal, de acordo com o mês de nascimento de
cada trabalhador.
Mais recuos
O ministro da Cidadania,
Onyx Lorenzoni, ainda mudou o prazo de dois anúncios realizados por ele mesmo,
em coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto, nessa quinta-feira
(07/05). Ele disse que a parceria Ele havia dito que a análise cadastral dos 17
milhões de brasileiros que pediram o auxílio emergencial em abril, mas ainda
não sabem se terão acesso aos R$ 600 seria concluída ainda na noite de
quinta-feira. Mas, nesta sexta-feira, disse que esse processo pode se estender
até o sábado (09/05). "Queremos homologar essas pessoas até o final do dia
de hoje ou no máximo amanhã para permitir que, no máximo segunda-feira, essas
pessoas possam estar recebendo", afirmou Onyx no programa de Datena.
Além disso, o ministro
anunciou na quinta-feira uma parceria com os Correios, dizendo que, a partir de
segunda-feira, os brasileiros que têm dificuldade de acessar os canais digitais
poderiam se cadastrar no auxílio emergencial nas agências dos Correios. Nesta
sexta, porém, explicou que ainda está fechando esse acordo. "A gente
acredita que terça ou quarta-feira já tenha condições, que o acordo esteja
assinado, porque isso vai gerar um custo para o Ministério", disse Onyx.
O anúncio da parceria, por
sua vez, já levou muitos brasileiros às agências dos Correios ainda nesta
sexta-feira. Por isso, os Correios chegaram até a emitir uma nota esclarecendo
a situação. Veja o comunicado:
"A respeito do
anúncio feito pelo Ministério da Cidadania, os Correios informam que a atuação
da empresa em apoio ao Auxílio Emergencial ainda demanda ajustes em
procedimentos e questões técnicas, a serem realizados em conjunto com o
ministério. Dessa forma, as agências dos Correios ainda não estão aptas a
realizar qualquer serviço relacionado ao Auxílio Emergencial. Mais informações
serão divulgadas oportunamente."
Por conta desse
desencontro de informações, o número de brasileiros que voltou a criticar os
impasses relativos ao pagamento do auxílio emergencial voltou a subir nesta sexta-feira.
Nas redes sociais, muita gente reclamou da demora na análise cadastral de quem
pediu o auxílio e também no atraso das datas da segunda parcela.
"Até quando vamos ter
que esperar a Dataprev enviar nossos dados para a Caixa? Estamos em análise
desde o dia 07 e nenhuma resposta. Todo dia o Onyx Lorenzoni divulga o prazo
para a homologação e tudo não passa de mentiras", criticou uma internauta.
"Agora parece que além da análise começa a saga de mentiras sobre o calendário
da segunda parcela", disse outro brasileiro.
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