Suspeito passará por audiência de custódia na manhã da
quinta-feira (17); Polícia Civil aguarda resultado de exames
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Câmeras de segurança registraram Ana entrando na casa do suspeito |
Ana Luiza Gomes, de 12 anos, foi encontrada morta no passeio
de uma rua, durante a tarde de terça-feira (16), no bairro Bela Vitória, na
região nordeste de Belo Horizonte.
Cronologia
Câmeras de Segurança registraram Ana Luiza Gomes chegando ao
imóvel de Davi Martins Santos às 10h13 da manhã.
Às 13h30, Davi sai carregando o corpo de Ana
Luiza para fora do imóvel, deixa o corpo na calçada e volta para a casa.
Às 13h41, Davi aparece ao lado do corpo fazendo
uma ligação.
Às 13h45, o SAMU chega ao local e constata a
morte de Ana Luiza.
Eles se conheciam?
A Polícia Civil informou durante coletiva, na tarde desta
quarta-feira (17), que os dois tiveram uma conversa no mesmo dia, mais cedo. No
entanto, ainda não é possível afirmar se eles se conheceram no momento desta
conversa ou se já se conheciam anteriormente.
O que a garota fazia sozinha?
Familiares contaram que, no dia do crime, a menina discutiu
com os tios. Apesar de estar proibida de ir para rua, ela juntou algumas
coisas e saiu escondida de casa, no bairro Goiânia.
Quando os familiares perceberam a fuga, os parentes
imaginaram que Ana havia ido para casa da mãe dela, no mesmo bairro. Ana
Luiza vivia com o pai e com uma irmã mais nova desde que os pais se separaram e
a mãe foi embora.
O que diz o suspeito?
Em depoimento, Davi Santos disse que encontrou Ana Luiza
usando drogas e que teria levado ela até o imóvel para dar água a ela. Segundo
ele, a menina teria passado mal e ele a carregou para fora de casa para
facilitar o socorro. Ele negou ter violentado sex**lmente a menina e ter
qualquer relação com o óbito.
O que aponta as investigações?
A Polícia Civil de Minas Gerais aguarda o resultado dos
exames realizados no Instituto Médico Legal para determinar a causa da morte e
se Ana Luiza foi violentada sex**lmente. Até o momento, a PC informou que não
indícios de violência externa no corpo da vítima, mas que é necessário aguardar
o resultado dos exames para saber se ela foi violentada sex**lmente.
No entanto, familiares da vítima afirmaram que um policial
civil teria confirmado aos parentes que os primeiros exames realizados no
IML mostraram que Ana Luiza sofreu violência sex**l.
No local do crime, foram encontrados um colchão, peças de
roupas, inclusive femininas, garrafas de bebida, cigarros, brinquedos velhos,
material pornog**fico, substâncias químicas e preservativos. Davi teria ficado
no local, com a menina, por mais de três horas sem que os parentes dele
percebessem. Para a polícia, ele não soube dizer porque ficou tanto tempo com
ela em casa.
O que diz a família?
A família não acredita na versão contada pelo suspeito. Um
tio da vítima garante que a criança não usava nenhum tipo de entorpecente. A
psicóloga Rafaela Rossi, que acompanhava a menina há um ano, corrobora com a
versão dos familiares. Segundo ela, Ana Luiza nunca foi usuária de
qualquer substância.
Segundo os familiares, a criança tinha problemas emocionais e
comportamento difícil. A psicóloga confirmou que ela estava tratando uma
questão de saúde mental, mas que era uma menina que estava progredindo bem no
tratamento.
Histórico
Davi Santos tem passagem pela polícia por estupro de
vulnerável. Segundo o delegado Leandro Alves Santos, responsável pelo
caso, o suspeito tem passagem por estupro de vulnerável em 2010 e 2021; na
primeira ocorrência, ele ainda era menor de idade. Ele também tem passagem por
tráfico de drogas. A Polícia Civil não detalhou as ocorrências.
Prisão
A Polícia Civil de Minas Gerais informou que ratificou a
prisão em flagrante de Davi e que "ele foi ouvido e autuado, a princípio,
pelo crime de homicídio qualificado e, após os procedimentos de polícia
judiciária, o suspeito ficou à disposição da justiça para as medidas legais
cabíveis".
A Justiça de Minas Gerais decidiu, na manhã desta
quinta-feira (18), manter Davi Santos preso. Durante audiência de
custódia, a prisão dele foi convertida de provisória para preventiva. Juíza
levou em consideração os antecedentes do suspeito e o fato da versão
apresentada por ele não estar segundo as imagens registradas pelas câmeras de
segurança.