De 1º de janeiro a 30 de abril, já havia sido notificados
5.976 casos, e deste total foram confirmados 1.511.
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Foto: Reprodução/Arquivo pessoal |
Os casos de dengue na cidade de Feira de Santana continua se
alastrando nos bairros e na zona rural. De acordo com dados da Vigilância
Epidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, de 1º de janeiro a 30 de
abril, já havia sido notificados 5.976 casos, e deste total foram confirmados
1.511. O número de mortes é ainda mais assustador. Em um total de 12 mortes,
seis tiveram confirmação da dengue, as outras estão sendo investigadas.
O caso mais recente de morte foi o da pequena Samile, de 5
anos, que morava no conjunto George Américo. Segundo a mãe dela, a comerciária
Saionara Brito dos Santos, a menina começou a ter sintomas da doença no dia 23
de abril. Depois de passar pela Unidade de Pronto Atendimento do bairro
Mangabeira (UPA), duas vezes, pela policlínica do George Américo e por ultimo
ser internada no Hospital Estadual da Criança (HEC), a garotinha infelizmente
não resistiu e morreu na última segunda-feira (29). A mãe reclamou do
atendimento na policlínica. O caso dela ainda não tem confirmação de que foi
dengue.
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Mãe de samile (Foto: Ney Silva/Acorda Cidade) |
“Sexta-feira a noite ela acordou pedindo água e quando eu fui
dar água a ela começou a endurecer, ficou pálida, com a boca roxa, e depois ela
desmaiou. Ela pagou. Ai quando ela voltou a si, ela ficou tesa e a gente correu
para a policlínica. Parecia que estava tendo uma crise convulsiva. Aí eu
cheguei e falei que minha filha estava tendo convulsão em casa, a moça da
recepção mandou um rapaz fazer a ficha e mandou a gente esperar porque o
pessoal estava tomando café. Aí eu falei que minha filha não podia esperar, ai
ela disse: “Deixar aparecer alguém aqui que eu mando atender ela”. Passou ela
na triagem e ficou esperando um médico ou enfermeira aparecer. Eu não esperei,
peguei ela e entrei já falando alto, que ela estava tendo convulsão, e não
tinha como esperar, que ela é uma criança. Ai veio uma enfermeira, olhou se ela
estava com febre. Depois veio a médica, olhou, passou um remédio e colocou ela
no soro. Quando colocou ela no soro, ela deu convulsão de novo lá e eu gritei.
Ai ela tinha voltado. Quando foi umas 4h da manhã ela acordou e pediu pra fazer
xixi e quando eu sentei ela no vaso, ela disse: “Mamãe”, e caiu pra trás,
endurecendo de novo e toda pálida. Eu saí correndo pelo corredor da policlínica
com ela no colo, socorro, socorro, e aí veio a médica e colocou ela na sala
vermelha, no soro de novo. A médica pediu exame de sangue e a enfermeira disse
que ele não iria fazer mais agora porque ele saiu daqui agora. Aí a medica
pediu para ele voltar com urgência. Demorou um pouquinho e ele voltou. Levou o
sangue dela para fazer análise e a gente só veio ter o resultado às 10h do
outro dia, porque as 7h não tinha sido analisado ainda. Quando o exame chegou
já tinha no papel, dengue tipo C. Foi aí que a médica disse que iria transferir
ela para o Hospital Estadual da Criança, porque a plaqueta estava muito baixa.
Chegando no HEC fizemos a ficha, o médico, só examinando ela disse que o caso
era grave”, relatou a mãe de Samile, ao Acorda Cidade.
A supervisora da Vigilância Epidemiológica, Neuza Santos de
Jesus, informou que ainda não tem como confirmar se a morte de Samile foi mesma
causada por dengue com agravo.
“Ainda não temos o arquivo sorológico do Laboratório Central
de Saúde Pública do estado da Bahia (Lacen), mas como ela deu entrada com
sinais clínicos e tem outros exames que podem indicar que ela tem uma suspeita
de dengue ou não, não precisamos necessariamente do resultado do exame do Lacen
para diagnóstico em nível estatístico e em nível de tomada de decisão e
prevenção e controle. O exame ainda não chegou, essa criança deu entrada em
algumas unidades do município e do estado com sinais clínicos, mas ainda estamos
em investigação do caso, e a gente ainda não pode dizer que ela morreu por
dengue, especificamente, porque tem outros vírus e outras doenças que causam
sintomas parecidos”, explicou.
A supervisora disse que desde o momento em que teve a
informação da morte da garotinha, por suspeita de dengue, foi enviada uma
equipe de bloqueio na área porque o foco da dengue poderia estar na casa ou
próximo a casa onde ela morava.
A equipe de campo foi fazer o bloqueio focal e perifocal
naquela localidade. Estamos com superviso estamos com seis óbitos com dengue
confirmada, destes seis, tivemos 3 pacientes que tinha alguma comorbidade
(existência de duas ou mais doenças simultaneamente). Como dengue é um vírus
que compromete a imunidade e a resposta imunológica de um paciente, se essa
pessoa for um idoso, uma criança, uma gestante ou alguém que já tenha alguma
doença de base, quando pega uma infeção como dengue ela pode se agravar e
evoluir para casos graves e óbitos. Seis dos 12 casos estão sem resultados
confirmados e investigação concluída se foi dengue ou não”, afirmou.
Sobre o atendimento dado a menina, a coordenação das
policlínicas da Secretaria Municipal de Saúde informou que vai investigar, e se
confirmar que houve falha no atendimento vai adotar as providências que o caso
requer.
Combata a Dengue
Se cada um fizer sua parte podemos derrotar esse mosquito.
Denuncie e elimine focos. Não deixe água parada, mantenha sua rua e/ou quintal
limpos.
Fonte: Acorda Cidade