Cédula surgiu como propaganda
de loja e está sendo aceita por alguns comerciantes
No dia 18 de janeiro deste
ano, uma operação policial em Presidente Prudente, interior de São Paulo,
apreendeu quase 150 kg de maconha, mas isso ficou em segundo plano. O que
deixou os policiais encucados mesmo foi uma nota de R$ 420, com uma
bicho-preguiça, encontrada na carteira de um dos suspeitos presos.
Era algum código? Um dinheiro
paralelo usado por traficantes? A dúvida permaneceu por alguns dias, até
descobrirem que o papel misterioso era oriundo de uma loja que vende roupas de
algodão - mas também curte uma seda.
A Chronic, uma marca de
roupas, lançou essa nota como um brinde para quem comprasse algum de seus
produtos. O preso em Presidente Prudente era cliente da loja e havia deixado a
cédula em sua carteira.
A grife tem sede em São Paulo,
mas está espalhada por todo Brasil graças a uma rede de 5 mil revendedores. Na
Bahia há centenas de revendedores, incluindo em Feira de Santana, onde a nota
apareceu e viralizou nos últimos dias.
"Nós somos uma loja de
contra cultura, alternativa, que debate temas controversos como racismo,
fascismo. Nossas estampas trazem essa personalidade forte, de lutar contra
situações que não são resolvidas no Brasil, como a questão das drogas. Eu acho
absurdo a maconha não ser liberado, por exemplo. Até por isso muitos artistas
vestem essa marca", explica Vagner Ferreira, 40, um dos revendedores da
empresa na Bahia.
Uma das lojas de Vagner na Bahia fica em Vila de Abrantes (Foto: Divulgação) |
La preguiça de papel
A nota surgiu em setembro do ano passado. Caio Venom, 32, desenhista da loja,
estava criando uma linha de roupas baseada na Lacoste, mas com um
bicho-preguiça ao invés do tradicional jacaré.
Só que naquele mesmo período o
Banco Central anunciou a nota de R$ 200, aguçando a criatividade de Caio. Ele
adaptou a ideia inicial e assim surgiu a cédula de R$ 420.
"Foi um marketing de
guerrilha, totalmente orgânico. Quando começou a se espalhar teve até parente
meu me ligando de Minas Gerais preocupado de dar algum problema", lembra
Caio, que mora em São Paulo.
E, de fato, surgiu a
preocupação quando a polícia encontrou a 'verdinha'. Mas a marca entrou em
contato com os advogados da 'Marcha da Maconha', que deram todo o apoio
jurídico necessário.
"No começo a gente ficou
com medo de cair como apologia, mas a constituição protege isso como liberdade
artística e de expressão. Os defensores nos instruíram, explicando todos os
artigos da Constituição que amparavam a gente", detalha o desenhista.
Passado o susto, a preguiça
segue ligeira, circulando por todo o país. Ao total, mais de 500 mil cédulas já
foram impressas num esquema que lembra a casa da moeda. Assista o vídeo abaixo:
"Eu já recebi mensagem de
amigos meus dizendo que conseguiram comprar gelo e carvão na praia pagando com
essa nota, pois o vendedor gostou. Em Belo Horizonte circulou um comunicado
entre os supermercados pedindo atenção dos caixas para essa nota falsa. Ela é
um sucesso", resume, Caio.
Com informações Jornal Correio.
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