Mulher relatou que o drone permaneceu por vários minutos diante de sua janela enquanto ela estava despida, e se sentiu invadida e exposta pela situação. Caso aconteceu em São Vicente (SP).

Milena Augusta, de 35 anos, disse ter sido espionada por um drone pela segunda vez em menos de um mês em São Vicente (SP) — Foto: Reprodução e Arquivo pessoal
Uma empresária de 35 anos denunciou um caso de espionagem em
seu apartamento em São Vicente, litoral de São Paulo. Segundo Milena Augusta,
ela estava em um momento íntimo, despida, quando foi surpreendida por um drone,
que ficou parado em sua janela. A mulher relatou que se sentiu completamente
invadida e exposta pela situação.
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Milena, que mora no 2º andar de um prédio no bairro Boa
Vista, contou que o drone permaneceu estabilizado diante de sua janela por um
tempo considerável, o que a fez acreditar que estava sendo filmada.
“Eu levei um susto tão grande que fiquei sem reação. Fiquei
olhando para ele parado, na minha direção. Foi aí que resolvi gravar a situação
e expor nas redes (sociais)”, disse a vítima, que também passou a se questionar
quem seria o responsável pela aeronave: um vizinho, um amigo?
"Foi totalmente desconfortável, me senti invadida, um
sentimento ruim", afirmou Milena.
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Vigiada com frequência
Milena revelou que essa não foi a primeira vez que ela foi
vítima de espionagem com drone. No final de janeiro, segundo a empresária, um
drone já havia sido avistado em sua janela, mas, naquela ocasião, a aeronave
permaneceu por menos tempo pairando no ar
A empresária ressaltou que não se sente mais confortável
dentro da própria casa, e que tem receio de manter as janelas abertas.
O que diz a prefeitura?
Em nota, a Prefeitura de São Vicente lamentou o ocorrido no
dia 12 de fevereiro e afirmou que a regulamentação do uso de drones é de
competência da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
No entanto, a administração municipal prometeu estudar
possíveis medidas para evitar situações semelhantes. Além disso, reforçou a
importância de registrar um boletim de ocorrência (BO) junto às autoridades
policiais.
Regras
Drone — Foto: Prefeitura de Boituva/Reprodução
Segundo o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil Especial
(RBAC-E) da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os drones são
classificados como “aeromodelos” quando de uso recreativo, ou RPAS, da sigla em
inglês para Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada, para uso não recreativo.
Os voos estão limitados a uma altura de 400 pés [cerca de 120
metros], pois, acima desse nível de voo, operam aeronaves tripuladas. Além
disso, um drone operado acima dessa altura põe em risco o espaço aéreo
utilizado por aeronaves tripuladas.
Os drones não podem operar em uma distância menor do que 30
metros horizontalmente de pessoas não envolvidas com a operação ou não anuentes
com ela.