Luna Sofia nasceu na última segunda-feira (2), na cidade de
Irecê, de uma maneira muito especial: envolta na bolsa amniótica.
A pequena Luna Sofia veio ao mundo envolta na bolsa aminiótica — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal |
A pequena Luna Sofia chegou ao mundo na última segunda-feira
(2) de uma maneira muito especial: envolta na bolsa amniótica. O parto
empelicado foi realizado em uma clínica particular de Irecê, na
região da Chapada Diamantina.
O parto empelicado é considerado incomum na
medicina. A média é de um para cada 80 mil recém-nascidos, segundo
especialistas. [Veja detalhes abaixo]
Além de rara, a cena do bebê dentro de uma esfera cristalina
é impactante, e por isso o fato chamou a atenção não somente da família e da
equipe médica, mas dos moradores do município no interior da Bahia, que tem
pouco mais de 73 mil habitantes.
A sortuda que teve essa experiência quase única de dar à luz
um neném revestido em uma película fina, circular e transparente é a
empreendedora Luany Pires Fernandes de Souza, de 24 anos. Luna Sofia é a
primeira filha dela e do caminhoneiro José Marcos do Nascimento Junior, com
quem se relaciona há oito anos. Os dois sempre sonharam em se tornar pais.
Em uma cesariana, a bebê nasceu após 39 semanas de gestação,
com 50 centímetros e mais de três quilos. "Chegou grande, saudável e
tranquila", conforme descreveu a mãe.
"Preferi a cesárea por medo do parto normal. Organizei
tudo, marquei data, marquei horário, mas ela chegou quando quis e como quis. Eu
me internei às 7h, imaginava que ia parir cedinho, mas o nascimento mesmo foi
às 9h38 e ainda veio com essa surpresa enorme", relatou a empreendedora.
Luany contou que não viu imediatamente que a filha estava
empelicada, devido ao campo cirúrgico, tecido utilizado nos procedimentos.
"Eu só ouvia as enfermeiras chorando, falando 'olha como ela nasceu'. Aí,
comecei a chorar também pelo entusiasmo delas. Em nenhum momento senti que
fosse algo preocupante porque senti a alegria delas".
Luany chegou a ver a esfera e após a cisão com bisturi,
finalmente pôde conhecer o rostinho da filha. "A médica que me acompanhou
durante toda a gravidez ficou emocionada quando mostrou a bolsa. Ela disse que
era algo raro, que não é comum ter esse tipo de parto. Eu nem conhecia, nunca
tinha ouvido falar. Até meu marido, que é mais durão, também chorou muito com a
cena. Foi tudo mágico".
Luna Sofia entre os pais, em dois momentos após o parto — Foto: Arquivo pessoal |
Horas após dar à luz, além de muitos diálogos entre os
profissionais da unidade hospitalar, ela notou a repercussão nas redes sociais
da clínica, com dezenas de comentários exprimindo surpresa e desejando
felicidades para família, sobretudo à pequena. A partir disso, a baiana
percebeu que realmente tinha vivido um momento incomum.
"Todo mundo quer saber como foi. Meu quarto [no
hospital] está cheio de buquê de flores. Toda nossa família está nos dando
suporte. Tudo isso é sinal de que minha filha já é muito amada e que vai ser
uma pessoa especial", contou Luany, que espera receber alta na manhã desta
quarta-feira (4).
"Estou me sentindo realizada, porque sempre quis ser
mãe. Na verdade, é algo além. Eu me sinto agraciada por ter dado tudo certo e
por minha filha ter chegado assim, com saúde e desse jeito tão surreal".
Luany junto com a filha, Luna Sofia, momentos após o parto — Foto: Arquivo pessoal |
Por que o parto empelicado acontece?
A bolsa amniótica é composta por uma película fina e
transparente. Quando ela estoura, em geral, há sinalização de que a criança
está prestes a nascer. Quando o líquido amniótico vaza, a mãe entende que está
a prestes a parir. Quando esta bolsa não se rompe, acontece o parto empelicado.
O obstetra então faz um pequeno corte para romper a
superfície e retirar a criança. Em seguida, o neném é encaminhado para os
procedimentos habituais, como testes e exames para avaliar o quadro de saúde.
Não é possível prever quando esse evento pode ocorrer e ele
não oferece risco para mãe ou para o filho. Na verdade, este tipo de parto pode
proteger mais o recém-nascido, segundo médicos.
Por exemplo, quando a mulher tem alguma doença infecciosa, o
filho não entra em contato com o sangue da mãe e não se contamina. Outro
benefício mencionado pelos especialistas é que a bolsa intacta protege o bebê
contra possíveis traumas ou escoriações na hora do parto.
Luna Sofia nasceu com 50 centímetros e mais de três quilos — Foto: Arquivo pessoal |
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