Ministro esclareceu que pasta do Desenvolvimento Social não pediu elevação no benefício; repasse médio do programa é de R$ 668
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Foto: Kelly Fersan/MF - 9.5.2025 |
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta
quinta-feira (15) haver discussões internas no governo federal para aumentar o
valor do Bolsa Família no próximo ano. Segundo Haddad, não há estudos sobre o
tema em andamento nem pedido do Ministério do Desenvolvimento Social para
elevar o benefício. A pasta, comandada por Wellington Dias, é responsável pelo
programa de transferência de renda. Atualmente, o repasse mínimo do benefício é
de R$ 600 — o valor médio em abril ficou em R$ 668.
“Não sei nem qual é o interesse disso. Wellington já falou,
não tem demanda, estudo, pedido de orçamento para o MDS. Zero. Não está em
cogitação. Não há, da parte do MDS, pressão sobre a área econômica para
absolutamente nenhuma iniciativa nova — isso vale para os demais ministérios
também. Não há demanda de espaço fiscal para projetos novos. Estou vendo
circular uma série de coisas que não procedem. O Orçamento do ano que vem não
está nem sendo discutido ainda, estou discutindo meta fiscal deste ano. As
pressões, dificuldades [para 2026] não começaram a ser discutidas. Começa a ser
discutido fim de junho, começo de julho”, destacou Haddad a jornalistas, no
Ministério da Fazenda, em Brasília.
O ministro também informou que as únicas medidas em
discussão, que devem ser apresentadas para o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na próxima semana, dizem respeito à meta fiscal de 2025. Segundo Haddad,
as iniciativas seriam levadas a Lula nesta quinta, mas a entrega foi adiada
devido ao velório do ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica. Aliado do
uruguaio, o petista compareceu à cerimônia, em Montevidéu.
“São medidas pontuais, para o cumprimento da meta fiscal,
como fizemos no ano passado. Estamos identificando onde estão alguns gargalos e
problemas, tanto do ponto de vista da despesa quanto da receita, e vamos
apresentar para o presidente. Não dá nem para chamar de pacote porque são
medidas pontuais, nenhuma de escala, voltadas exclusivamente para o cumprimento
da meta fiscal”, esclareceu o ministro.
Desenvolvimento Social emite nota
Mais cedo, o Ministério do Desenvolvimento Social já tinha
desmentido a informação. “Não há qualquer decisão ou estudo em andamento sobre
um novo reajuste no Programa Bolsa Família”, destacou a pasta, por meio de
nota.
“Desde a retomada do programa, em março de 2023, o novo Bolsa
Família vem sendo implementado de forma progressiva”, continua o texto.
“A implantação completa do novo modelo ocorreu em 2024,
representando um incremento médio de 26% nos benefícios. Atualmente, o valor
per capita médio pago é de R$ 230 – o equivalente a cerca de US$ 40, alinhado
ao padrão da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, completa o ministério.
Benefício social
Bahia, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais
são os cinco estados brasileiros com mais famílias beneficiadas pelo programa
de transferência de renda Bolsa Família. Juntas, as unidades federativas
concentram 47,11% das famílias que recebem os recursos.
Em abril, o benefício alcançou 20.488.545 de núcleos
familiares, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social. Os pagamentos de
maio começam na próxima segunda-feira (19). Beneficiários com o NIS (Número de
Identificação Social) de final 1 serão os primeiros a receber. O cronograma de
depósitos segue até o dia 30 de maio.
Na Bahia, são 2.469.268 de famílias, o que corresponde a
12,05% dos participantes. Em São Paulo, 2.461.899 — 12,02%. Em Pernambuco, as
famílias atendidas chegam a 1.580.478 (7,71%); em Minas Gerais, a 1.570.614
(7,67%); e no Rio de Janeiro, a 1.570.408 (7,66%). Veja a lista completa das
unidades federativas abaixo.
Beneficiários do Bolsa Família por estado
- Bahia:
2.469.268 famílias atendidas (12,05%)
- São
Paulo: 2.461.899 famílias atendidas (12,02%)
- Pernambuco:
1.580.478 famílias atendidas (7,71%)
- Minas
Gerais: 1.570.614 famílias atendidas (7,67%)
- Rio
de Janeiro: 1.570.408 famílias atendidas (7,66%)
- Ceará:
1.450.919 famílias atendidas (7,08%)
- Pará:
1.346.626 famílias atendidas (6,57%)
- Maranhão:
1.233.767 famílias atendidas (6,02%)
- Paraíba:
667.654 famílias atendidas (3,26%)
- Amazonas:
645.503 famílias atendidas (3,15%)
- Rio
Grande do Sul: 615.013 famílias atendidas (3%)
- Paraná:
603.509 famílias atendidas (2,95%)
- Piauí:
590.373 famílias atendidas (2,88%)
- Alagoas:
533.449 famílias atendidas (2,6%)
- Rio
Grande do Norte: 497.853 famílias atendidas (2,43%)
- Goiás:
489.727 famílias atendidas (2,39%)
- Sergipe:
378.895 famílias atendidas (1,85%)
- Espírito
Santo: 308.981 famílias atendidas (1,51%)
- Mato
Grosso: 244.792 famílias atendidas (1,19%)
- Santa
Catarina: 230.693 famílias atendidas (1,13%)
- Mato
Grosso do Sul: 201.654 famílias atendidas (0,98%)
- Distrito
Federal: 170.381 famílias atendidas (0,83%)
- Tocantins:
155.378 famílias atendidas (0,76%)
- Rondônia:
133.969 famílias atendidas (0,65%)
- Acre:
132.564 famílias atendidas (0,65%)
- Amapá:
123.177 famílias atendidas (0,6%)
- Roraima:
81.001 famílias atendidas (0,4%)
O governo federal investe R$ 13,7 bilhões no Bolsa Família. O
pagamento mínimo do programa é de R$ 600, mas a transferência pode aumentar, a
depender dos integrantes e do formato da família.
São os benefícios adicionais: R$ 150 para cada criança de 0 a
6 anos; R$ 50 para gestantes; R$ 50 para lactantes; e R$ 50 para crianças e
adolescentes de 7 a 18 anos.
Crédito: R7